odo das conquistas de Alexandre o Grande, sua presen
a na terra santa, depois a partilha de seu reino entre seus generais ap
s sua morte, a luta entre os L
gidas e os Sel
ucidas que freq
entes vezes fizeram da terra de Israel campo de batalha, todas estas perip
cias nos s
o contadas pelo Livro dos Macabeus.
A cidade de Atenas n
o aparece uma
nica vez em todo o Antigo Testamento. Ser
preciso esperar o Livro dos Atos dos Ap
stolos para v
-la figurar nas Sagradas Escrituras. Nessa
poca Atenas, n
o tendo mais papel pol
tico, e isso desde o s
culo IV, conservava contudo um papel cultural importante. Ela tinha sabido conservar ao longo do tempo seu impacto intelectual e art
stico. Os fil
sofos eram ainda numerosos a
e as duas escolas mais representativas eram as dos est
icos e dos epicureus.
Foi no decurso de sua segunda viagem mission
ria que Paulo descobriu a soberba cidade pag
: 'Os que acompanharam Paulo o conduziram at
Atenas'. (At 17,15).
prov
vel que Paulo a
chegou via mar e desembarcou, pois, no porto de Pireu. Depois de ter entrado provavelmente em Atenas pela porta de Dypilon, ele seguiu, segundo seu costume, para o bairro judaico da cidade.
Num primeiro momento, Paulo, sozinho em Atenas, viveu um per
odo dif
cil de isolamento, de solid
o, acompanhada de certa revolta interior. 'Enquanto Paulo os esperava (Tim
teo e Silas) em Atenas, seu esp
rito se inflamava nele ao contemplar aquela cidade cheia de
dolos' (At 17,16).
verdade que o Parten
o, na Acr
pole, dominava a cidade do alto de suas colunatas e que nas ruas e nas encruzilhadas erguiam-se altares de todos os tipos, dedicados
meras divindades. A educa
o judaica de Paulo, que plantara nele a repulsa de representa
es divinas e o santo horror ao culto idol
trico, n
o devia de forma alguma favorecer seu primeiro contato com este mundo pag
o voltado para o exterior, todo impregnado de bela apar
ncia.
s o encontramos na sinagoga, dialogando com os judeus e com os 'crentes em Deus', ou na
gora, a pra
blica, ouvindo as discuss
es dos fil
sofos e dirigindo-se aos passantes para lhes comunicar a Boa Not
cia da salva
o em Jesus Cristo.
Ele logo atraiu a aten
o dos fil
sofos, sempre
vidos de doutrinas novas, que o levaram at
o Are
pago. L
se mantinha um tribunal c
lebre que estava apto a julgar o valor das doutrinas. Quatro s
culos antes um certo S
crates se explicou perante esse tribunal e foi condenado
morte. Na
poca de Paulo, por
m, esse tribunal n
o era sen
o uma esp
cie de conselho encarregado de verificar e fazer conhecer as doutrinas que n
o deixavam de surgir quase a cada dia.
Paulo aproveitou a ocasi
o para evangelizar todos estes ouvidos atentos. O discurso que ele pronunciou foi muito interessante, partindo da realidade familiar de seu audit
rio para depois pregar a ressurrei
o de Cristo. O final do discurso causou alegria aos gregos: 'Percorrendo, com efeito, a cidade de voc
s e considerando seus monumentos sagrados, encontrei at
mesmo um altar com a inscri
o: A ALGUM DEUS DESCONHECIDO. Pois bem! O que voc
s adoraram sem conhecer, eu venho anunciar-lhes' (At 17,23).
Paulo falava-lhes, usando a linguagem filos
fica deles: 'Com efeito,
nele que temos a vida, o movimento e o ser. Assim, ali
s, disseram alguns dos seus poetas: pois tamb
m somos de sua ra
a' (At 17,28). Mas a ressurrei
o, anunciada pouco depois, provocou um grito de indigna
o geral e p
s fim ao discurso. No contexto do pensamento grego, era uma aberra
o imaginar que o corpo, verdadeira pris
o da alma, pudesse perdurar al
m da morte.
Esta prega
o de Paulo em Atenas
muitas vezes apresentada como um fracasso, mostrando que n
suficiente anunciar o Evangelho para que as convers
es aconte
am. De fato, neste dom
nio, nada
autom
tico e a liberdade das consci
ncias tem a
um papel essencial. O fracasso, contudo, deve ser relativizado. Com efeito, Dion
sio, um dos membros do conselho do Are
pago e tamb
m uma mulher chamada D
maris e v
rias outras pessoas voltaram a ter contato com Paulo e descobriram a f
crist
O ap
stolo deixou rapidamente Atenas, dirigindo-se a Corinto. De agora em diante a cidade grega n
o mais aparecer
nos relatos do cristianismo primitivo, mas
muito prov
vel que Paulo, antes de partir, tomou cuidado em edificar uma comunidade local, constru
da ao redor desses primeiros convertidos, comunidade que ficou no anonimato e na discri
odo das conquistas de Alexandre o Grande, sua presen
a na terra santa, depois a partilha de seu reino entre seus generais ap
s sua morte, a luta entre os L
gidas e os Sel
ucidas que freq
entes vezes fizeram da terra de Israel campo de batalha, todas estas perip
cias nos s
o contadas pelo Livro dos Macabeus.
A cidade de Atenas n
o aparece uma
nica vez em todo o Antigo Testamento. Ser
preciso esperar o Livro dos Atos dos Ap
stolos para v
-la figurar nas Sagradas Escrituras. Nessa
poca Atenas, n
o tendo mais papel pol
tico, e isso desde o s
culo IV, conservava contudo um papel cultural importante. Ela tinha sabido conservar ao longo do tempo seu impacto intelectual e art
stico. Os fil
sofos eram ainda numerosos a
e as duas escolas mais representativas eram as dos est
icos e dos epicureus.
Foi no decurso de sua segunda viagem mission
ria que Paulo descobriu a soberba cidade pag
: 'Os que acompanharam Paulo o conduziram at
Atenas'. (At 17,15).
prov
vel que Paulo a
chegou via mar e desembarcou, pois, no porto de Pireu. Depois de ter entrado provavelmente em Atenas pela porta de Dypilon, ele seguiu, segundo seu costume, para o bairro judaico da cidade.
Num primeiro momento, Paulo, sozinho em Atenas, viveu um per
odo dif
cil de isolamento, de solid
o, acompanhada de certa revolta interior. 'Enquanto Paulo os esperava (Tim
teo e Silas) em Atenas, seu esp
rito se inflamava nele ao contemplar aquela cidade cheia de
dolos' (At 17,16).
verdade que o Parten
o, na Acr
pole, dominava a cidade do alto de suas colunatas e que nas ruas e nas encruzilhadas erguiam-se altares de todos os tipos, dedicados
meras divindades. A educa
o judaica de Paulo, que plantara nele a repulsa de representa
es divinas e o santo horror ao culto idol
trico, n
o devia de forma alguma favorecer seu primeiro contato com este mundo pag
o voltado para o exterior, todo impregnado de bela apar
ncia.
s o encontramos na sinagoga, dialogando com os judeus e com os 'crentes em Deus', ou na
gora, a pra
blica, ouvindo as discuss
es dos fil
sofos e dirigindo-se aos passantes para lhes comunicar a Boa Not
cia da salva
o em Jesus Cristo.
Ele logo atraiu a aten
o dos fil
sofos, sempre
vidos de doutrinas novas, que o levaram at
o Are
pago. L
se mantinha um tribunal c
lebre que estava apto a julgar o valor das doutrinas. Quatro s
culos antes um certo S
crates se explicou perante esse tribunal e foi condenado
morte. Na
poca de Paulo, por
m, esse tribunal n
o era sen
o uma esp
cie de conselho encarregado de verificar e fazer conhecer as doutrinas que n
o deixavam de surgir quase a cada dia.
Paulo aproveitou a ocasi
o para evangelizar todos estes ouvidos atentos. O discurso que ele pronunciou foi muito interessante, partindo da realidade familiar de seu audit
rio para depois pregar a ressurrei
o de Cristo. O final do discurso causou alegria aos gregos: 'Percorrendo, com efeito, a cidade de voc
s e considerando seus monumentos sagrados, encontrei at
mesmo um altar com a inscri
o: A ALGUM DEUS DESCONHECIDO. Pois bem! O que voc
s adoraram sem conhecer, eu venho anunciar-lhes' (At 17,23).
Paulo falava-lhes, usando a linguagem filos
fica deles: 'Com efeito,
nele que temos a vida, o movimento e o ser. Assim, ali
s, disseram alguns dos seus poetas: pois tamb
m somos de sua ra
a' (At 17,28). Mas a ressurrei
o, anunciada pouco depois, provocou um grito de indigna
o geral e p
s fim ao discurso. No contexto do pensamento grego, era uma aberra
o imaginar que o corpo, verdadeira pris
o da alma, pudesse perdurar al
m da morte.
Esta prega
o de Paulo em Atenas
muitas vezes apresentada como um fracasso, mostrando que n
suficiente anunciar o Evangelho para que as convers
es aconte
am. De fato, neste dom
nio, nada
autom
tico e a liberdade das consci
ncias tem a
um papel essencial. O fracasso, contudo, deve ser relativizado. Com efeito, Dion
sio, um dos membros do conselho do Are
pago e tamb
m uma mulher chamada D
maris e v
rias outras pessoas voltaram a ter contato com Paulo e descobriram a f
crist
O ap
stolo deixou rapidamente Atenas, dirigindo-se a Corinto. De agora em diante a cidade grega n
o mais aparecer
nos relatos do cristianismo primitivo, mas
muito prov
vel que Paulo, antes de partir, tomou cuidado em edificar uma comunidade local, constru
da ao redor desses primeiros convertidos, comunidade que ficou no anonimato e na discri
BABIL
A cidade de Babil
nia foi fundada pelos sum
rios provavelmente no terceiro mil
nio antes de Cristo. Situada junto ao rio Eufrates, ela transformou-se, atrav
s dos s
culos, num importante centro econ
mico e numa capital pol
tica e religiosa.
poca do desmoronamento do imp
rio ass
rio, cerca de 610 antes de Cristo, que o imp
rio babil
nico ser
o mais tem
vel. O c
lebre Nabucodonosor far
recuar para sua terra at
os eg
pcios e reinar
como senhor sobre todo o Oriente-M
dio. Mas a decad
ncia deste imp
rio ser
prematura, devido
s infantilidades do rei Nabonide que governava ao sabor de suas loucas inspira
O livro de Daniel tinha raz
o: o imp
rio babil
nico era na verdade um colosso com p
s de argila. Ca
do nas m
os do persa Ciro, em 539, Babil
nia passar
, em 330, para as m
os de Alexandre o Grande, e no s
culo seguinte para as m
os dos Partos.
No s
culo VIII de nossa era, toda a popula
o da Babil
nia se transferir
para a nova cidade de Bagd
o longe dali, e a prestigiosa cidade tornou-se apenas um campo de ru
nas: novecentos e setenta e cinco hectares de ru
Quando conhecemos a hist
ria de Israel e suas rixas com o imp
rio babil
nico, n
o nos espantamos ao v
-la aparecer mais vezes na B
blia.
Em primeiro lugar,
evidente que o famoso epis
dio da torre de Babel deva ser colocado em rela
Babil
nia, ao seu poder pol
tico,
sua idolatria presente em toda parte, a seu orgulho sem medidas. Babel-Babil
nia: o nome est
apenas camuflado. Quanto
torre que devia permitir chegar at
os c
us para a
destronar Deus, n
vida que seja a famosa Ziggurat, da cidade mesopot
mica. Ela era uma imensa pir
mide, em cujo cimo existia um santu
rio. A da Babil
nia tinha uma base de noventa metros de largura, e o Templo dedicado a Marduc tinha cerca de cem metros de altura. Imensas escadas permitiam ter acesso a este lugar afamado por ser a morada dos deuses.
blia percebeu nestas orgulhosas torres a imagem de uma tentativa muito bem humana de se apossar do dom
nio divino. O homem n
o pode abra
ar a Deus por sua for
a, por sua t
cnica ou por seu poder. Ele se revela a quem ele quer e como quer. N
o o a
ambarcamos, ele se doa. Que o homem considere, pois, com mais realismo, sua pequenez e seus limites extremos, como a das diferentes l
nguas. Tal
a mensagem central desse epis
Encontramos a presen
a de Babil
nia nos profetas, particularmente em Jeremias, em Ezequiel e naquele que chamamos de Segundo Isa
O primeiro viveu a incurs
o dos babil
nios e sua investida contra o reino de Jud
que resultou no primeiro ex
lio do povo judeu em 597, depois na ru
na total de Jerusal
m e numa segunda deporta
o maci
a em 587. Jeremias tinha predito a vinda dos ex
rcitos de Nabucodonosor e tinha pregado a submiss
o ao rei da Babil
nia. Segundo ele, o pr
prio Deus tinha armado o bra
o de Nabucodonosor, a quem n
o hesita em chamar de 'o servidor de Deus', para libertar os povos da domina
o ass
ria e punir Israel de suas infidelidades. Para Jeremias, com efeito, Deus
o senhor da hist
ria e ele pode guiar os povos atrav
s de um intermedi
rio tal qual Nabucodonosor. At
ltimo momento ele pregar
a submiss
o, o que lhe causar
muito sofrimento.
Ezequiel tamb
m conheceu este per
odo doloroso. Ele possivelmente foi deportado a partir de 597. Viveu ent
o na Babil
nia, em Tel-Aviv, n
o longe do rio Kebar. Ezequiel, ao condenar a pol
tica dos reis de Jud
que n
o respeitaram suas aalian
as, mostra, tamb
m ele, Nabucodonosor restabelecendo a justi
a, segundo a vontade de Deus.
Mas ele n
. Proclama que Deus, fiel a seu povo, est
sempre a seu lado. Numa palavra, que a Gl
ria de Deus, que reside no Templo de Jerusal
m, est
presente agora na Babil
nia. Inegavelmente, Babil
nia goza no livro de Ezequiel de uma imagem positiva. O povo hebreu leva a
uma vida relativamente tranq
ila e confort
vel e poder
um dia da
partir para encontrar a terra de seus pais.
Enfim, o segundo Isa
as, que profetiza mais tarde, anuncia a queda da Babil
nia, punida pelo seu orgulho e sua idolatria. Desta vez Babil
nia aparece como o s
mbolo das pot
ncias pag
s hostis ao povo eleito que, mais cedo ou mais tarde, ver
o a derrota e a ru
o podemos encerrar esta lembran
a sem dizer um palavra sobre o modo como o livro do Apocalipse trata a cidade mesopot
mica. Verdadeira figura do mal, Babil
nia, 'a grande meretriz'
revestida de todas as inf
mias. Ela representa as injusti
as, os crimes, a corrup
o de um mundo sem Deus, que se joga na destrui
o dos filhos da luz. Na realidade,
preciso ver a
uma den
ncia dos atos odiosos perpetrados por Roma, da qual se prefere, por prud
ncia, ocultar o nome e substitu
-lo pelo da Babil
BERSAB
As escava
es arqueol
gicas descobriram, n
o longe da atual Bersab
ia, vest
gios de uma presen
a humana que remonta
metade do 4o mil
nio. Popula
es importantes a
se estabeleceram, provenientes de habita
es subterr
neas, interligadas por redes de t
neis. A
estavam ao abrigo do calor, do vento de areia e do frio da noite. Infeliz e misteriosamente esta civiliza
o desapareceu alguns s
culos mais tarde, t
o brutalmente quanto aparecera.
A origem b
blica de Bersab
ia remonta
hist
ria dos Patriarcas. De fato,
nesse lugar, bem no meio do deserto, que Abra
o concluiu uma importante alian
a com o pr
ncipe local, um certo Abimelec.
Gerou-se um conflito por causa de um po
o que Abra
o fez escavar para seus rebanhos e que algumas pessoas de Abimelec reivindicavam. Os dois tinham todo interesse no entendimento. Para Abra
o, Abimelec representava uma for
a armada que ele n
o podia combater. Para Abimelec, Abra
o era um n
made poderoso, mas sobretudo um homem de Deus a quem tudo parecia favorecer. O desacordo do po
o logo foi acertado, cada qual convencido que a paz era a melhor das solu
es. A sabedoria triunfara. Para selar esta alian
a, Abra
o ofereceu sete jovens ovelhas a Abimelec. Sete, em hebraico, se diz sheva. Da
o nome dado a este lugar 'po
o das sete', isto
, Beer Sheva.
Mas, mais importante ainda
o profundo significado desse fato. Abra
o, cujo nome significa 'pai de uma multid
o', representa a paternidade espiritual e, portanto, por antecipa
o, o povo de Deus que marcha nos caminhos do Senhor e peregrina atrav
s do deserto para o Reino dos c
us. Abimelec significa 'meu pai
rei'. Ele representa aqui a paternidade ou a filia
o humana, aquela em que se sucede de pai para filhos, segundo os v
nculos da carne.
Esta alian
a se deu, pois, entre o que poder
amos chamar de poder temporal e o poder espiritual, num reconhecimento e respeito m
tuos, num interesse de cada um em salvaguardar a paz.
Mais tarde, neste mesmo lugar, Isaac receber
de Deus uma promessa: 'Eu sou o Deus de teu pai Abra
o; nada temas, pois eu estou contigo: eu te aben
oarei e multiplicarei tua descend
ncia por causa de meu servo Abra
o' (Gn 26,24).
Isaac erigiu ent
o um altar ao Senhor. Abimelec veio se reunir a ele para renovar a alian
a feita com Abra
o. Os dois prestaram, um ao outro, um juramento.
a segunda etimologia de Bersab
ia, que pode significar, al
m de 'po
o das sete', 'po
o do juramento'.
, por sua vez, passar
por Bersab
ia a caminho do Egito. O Senhor dirigir-se-
a ele, dizendo: 'Eu sou o Deus, o Deus de teu pai: n
o temas em descer ao Egito, pois l
farei de ti uma grande na
o' (Gn 46,3).
Bersab
ia tornou-se para Israel o lugar da fidelidade, da consola
o, da paz e do repouso. Nada estranho, pois, que o profeta Elias, ao fugir da pol
cia da rainha Jezabel, tenha vindo, ele tamb
m, para Bersab
poca dos ju
zes, depois da conquista da Terra Prometida, o territ
rio ocupado pelos hebreus ia de 'Dan a Bersab
ia', express
o muitas vezes presente na B
blia para designar a terra de Israel. O rei Salom
o edificou a
uma fortaleza para vigiar a rota que atravessava o deserto e permitia alcan
ar as minas de cobre, pouco al
m do porto de Eilat.
O livro de Neemias coloca Bersab
ia na lista das in
meras cidades reocupadas pelos israelitas, ap
s a volta do ex
lio na Babil
nia. Na
poca de Jesus, foram os nabateus, caravaneiros semin
mades
cultura muito desenvolvida, que a
se instalaram. Enfim, a civiliza
o bizantina a
deixou o sinal de suas guarni
es militares como tamb
m de suas igrejas e mosteiros.
Bersab
ia figurou atrav
s dos s
culos como um porto de paz. Hoje, centro administrativo do deserto israelense, capital do Negeb,
uma cidade muito grande, contando com mais de cento e cinq
enta mil habitantes. Muitos s
o os espa
os verdes e floridos no cora
o da cidade que fazem dela um momento de refrig
rio mais que agrad
vel na rota des
rtica do Sul.
Ela soube conservar sua voca
o de parada de caravanas. Bedu
nos e judeus a
vivem em harmonia e os rebanhos de camelos se misturam sem problemas com os comboios de impressionantes semi-rebocadores que ligam, sem cessar, o Mar Vermelho ao mediterr
neo, o Oriente ao Ocidente.
uma palavra hebraica que pode significar 'Casa do pobre' ou ainda 'Casa da gra
a'. Presente s
no Novo Testamento, o termo designa, de fato, dois lugares diferentes, que trazem o mesmo nome.
O primeiro encontra-se 'al
m do Jord
o'. Esta localiza
o imprecisa n
o permitiu situar claramente o lugar apresentado no evangelho de S
o, como o lugar 'onde Jo
o batizava' (Jo 1,28).
s podemos, no entanto, identificar a regi
o onde Jo
o Batista exercia seu minist
rio. Ela se situa ligeiramente ao sul do o
sis de Jeric
s margens do Jord
o, alguns quil
metros antes dele se lan
ar no Mar Morto. Bet
nia da Transjord
nia n
o estaria, pois, distante de Jerusal
m sen
o cerca de uns trinta quil
metros. Neste lugar venerado muito cedo pela tradi
o crist
como o lugar do batismo de Jesus, h
uma pequena capela comemorativa do evento.
preciso n
o nos colocar distante do primeiro encontro de Jesus com seus futuros disc
pulos e de modo especial com Andr
que at
esse momento seguia fielmente Jo
o Batista.
Cada ano, no dia 6 de janeiro, os crist
os ortodoxos celebram em Bet
nia, batismos por imers
o dentro de uma grande liturgia em honra do batismo de Cristo.
Este lugar,
s margens do Jord
o, merece bem seu nome de 'casa da gra
a', tendo sido tamb
m o palco de dois important
ssimos acontecimentos no Antigo Testamento: a passagem do Jord
o por Josu
frente do povo de Israel para entrar na Terra Prometida; e a subida do profeta Elias aos c
us. Bet
nia da Transjord
nia apresenta-se ent
o como uma porta aberta no c
u, pela qual se torna poss
vel aos homens penetrar de novo na intimidade de Deus. Uma passagem obrigat
ria, mas salv
fica.
A outra cidade de Bet
nia nos
mais conhecida. Ela se situa sobre a encosta Este do Monte das Oliveiras, cerca de cinco quil
metros de Jerusal
m, defronte ao deserto da Jud
Jesus a
veio freq
entes vezes, quando em Jerusal
m. Tinha nesse lugar amigos: L
zaro e suas duas irm
s, Marta e Maria. O primeiro epis
dio que a
ocorre, o acolhimento de Marta, que se agita para tudo preparar e de Maria, assentada aos p
s do Mestre para escut
-lo, mostra como Jesus era gente da casa, um
ntimo que podia a
chegar de improviso (cf. Lc 10,38ss.).
Essa casa era um pouco a 'sua' casa, seu ref
gio fora da cidade santa que se tornava para ele, com o correr do tempo, um lugar de crescente perigo. Parece bem que Jesus, ao estar em Jerusal
m, tinha por h
bito, com o declinar do dia, ir passar a noite em Bet
nia. Assim foi nos primeiros dias da semana santa. Jesus se encontrava todos os dias na esplanada do templo, ensinando. Depois, ganhava Bet
nia, ao anoitecer. 'E, deixando-os, saiu da cidade para Bet
nia, onde passou a noite' (Mt 21,17).
tamb
m de Bet
nia que Jesus toma o caminho de Jerusal
m no dia de ramos. Ele foi at
o alto do Monte das Oliveiras, por Betfag
, depois desceu a encosta oeste que faz frente a Jerusal
Em Bet
nia aconteceram dois importantes fatos: o primeiro foi a ressurrei
o de L
zaro. Morto na aus
ncia d
Jesus, L
zaro fora colocado na tumba por suas irm
s Marta e Maria. Enquanto ainda vivo, tinham prevenido o Mestre, que se encontrava ent
o na regi
o de Jeric
. Mas ele chegou tarde demais. Seu amigo j
tinha sido sepultado, fazia quatro dias. Diante da sepultura, ele chorar
seu amigo. Depois rendeu gra
as a Deus porque o ouviu e ordenou a L
zaro para que sa
sse. E assim foi. A ressurrei
o de L
zaro teve tal impacto que os meios religiosos de Jerusal
m inquietaram-se vivamente e decidiram acabar com Jesus de Nazar
O segundo foi a un
o que uma mulher - identificada, em Jo
o, como Maria, a irm
de L
zaro - fez sobre a cabe
a de Jesus com a ajuda de um precioso perfume. Essa un
o, sinal da realeza de Jesus, era tamb
m um gesto prof
tico que antecipava a morte e sepultamento de Jesus. Gesto de amor que escandalizou alguns, mas que permaneceu c
lebre na Igreja atrav
s dos s
culos, como Jesus anunciara: 'Em verdade vos digo, onde quer que no mundo se pregue o Evangelho, ser
lembrado o que ela fez' (Mc 14,9).
O atual povoado de Bet
nia foi constru
do junto a uma tumba dita 'de L
zaro', situada n
o longe do antigo povoado, destru
do no segundo s
culo. Podemos ver, na igreja edificada em 1953, as ru
nas de uma capela bizantina e alguns belos fragmentos de mosaicos.
BETEL
A palavra Betel
uma contra
o de Beot: 'a casa' e de Elohim, um dos nomes atribu
dos a Deus. Betel significa, ent
o, 'a casa de Deus'. N
da mentalidade b
blica crer que a presen
a de Deus possa ser 'enclausurada' num s
lugar, t
o santo seja ele. Por outro lado,
normal considerar que certos lugares s
o lugares de encontro privilegiado com Deus. Eles s
o, portanto, o fruto de uma experi
ncia concreta. Uma gra
a o permeia e o homem da B
blia tende a voltar para estes lugares especiais para a
elevar sua ora
Betel, 'casa de Deus', n
, pois, um lugar no qual Deus estaria encerrado, mas antes um lugar onde o homem e Deus se reencontram e moram.
Procurando na B
blia as passagens onde se encontra mencionado o nome de Betel, n
s nos espantamos com os anacronismos que geram certo n
mero de dificuldades. Assim, quando Abra
o entra pela primeira vez na Terra Prometida, diz-se: 'Abra
o atravessou o pa
o santu
rio de Siqu
m, at
o carvalho de Mor
. Naquele tempo estavam os cananeus no pa
s. O Senhor apareceu a Abra
o e lhe disse:
tua descend
ncia darei esta terra. Abra
o ergueu ali um altar ao Senhor, que lhe tinha aparecido. De l
se deslocou em dire
o ao monte que est
a leste de Betel e ali armou as tendas, tendo Betel ao Ocidente e Hai ao oriente. Construiu ali um altar ao Senhor e invocou o nome do Senhor' (Gn 12,6-8).
A partir deste texto dever
amos, pois, pensar que quando Abra
o chegou
Terra Prometida Betel j
existia. O que n
o procede. Com efeito, como poderia um lugar levar j
este nome e ser local de culto a Deus, antes mesmo da chegada do patriarca? Na realidade, a arqueologia revela-nos que existia, j
desde o terceiro mil
nio, um lugar de culto especial, mas possivelmente n
o trazia o nome de Betel.
Por outro lado, causa-nos mais surpresa constatar, ao ler a hist
ria de Jac
, que ele - quando fugiu para o pa
s de Lab
o- teve um encontro muito importante com Deus (o famoso sonho da escada) que o levou a batizar o lugar como Betel.
'Ao despertar, Jac
disse consigo: Sem d
vida o Senhor est
neste lugar e eu n
o sabia. Atemorizado acrescentou: como
terr
vel este lugar! Isto aqui s
pode ser a casa de Deus e a porta do c
u. Jac
levantou-se bem cedo e tomou a pedra que lhe servira de travesseiro e a erigiu em estela, derramando
leo por cima. Chamou ao lugar Betel. Antes, por
m, a cidade chamava-se Luza' (Gn 28,16-19).
A Betel da qual aqui tratamos
o fruto da experi
ncia de Deus que Jac
acaba de fazer. Antes n
o tinha este nome. Na verdade estamos diante de um lugar diferente da Betel encontrada antes, na hist
ria de Abra
Onde se encontra Jac
, quando na vis
o da escada? A B
blia no-lo indica, deixando, por
m, que o adivinhemos: 'Chegou a um lugar, onde se disp
s a passar a noite' (Gn 28,11).
A express
o 'um lugar' parece indicar que se trata de um lugar conhecido dos patriarcas, familiar a eles. 'Um lugar', no contexto dos patriarcas,
, certamente, o lugar do famoso sacrif
cio de Isaac. De fato, se relacionamos este relato com Gn 22,4, que diz: 'Ao terceiro dia Abra
o levantou os olhos e viu de longe o lugar'.
Sabemos, por
m, que este lugar do sacrif
, sem d
vida, o Monte Mori
, ou seja, o futuro lugar da cidade de Jerusal
m. A identifica
o do Monte Mori
com o rochedo de Jerusal
m est
no se
undo Livro das Cr
nicas (cf. 2Cr 3,1).
Na hist
ria de Jac
, Betel
pura e simplesmente Jerusal
m. E, de fato, mais tarde a
se construir
o Templo, Casa de Deus, lugar de encontro e de uni
o de Deus e dos homens.
Mas, e a Betel da hist
ria de Abra
, sem d
vida, por anacronismo o lugar de um outro futuro Templo: aquele de Betel, exatamente. Sabemos que ap
s a morte de Salom
o o reino de Israel, dividido em dois, compreender
um reino do Sul (territ
rios de Jud
e Benjamim) e um reino do Norte, constitu
do por outras tribos. Para infelicidade do reino do Norte, o Templo de Jerusal
m lhe escapou. O soberano Jerobo
o teve ent
o a id
ia de construir dois templos: um ao norte de Dan, outro ao sul de Betel. Neste, adorava-se o Deus de Mois
s sob a forma de um touro, o que nos faz lembrar bem do epis
dio do bezerro de ouro no
xodo. O profeta Am
s voltou v
rias vezes a Betel para a
denunciar as pr
ticas idol
tricas. Este templo ser
destru
do pelos ass
rios, na queda do Reino do Norte, no come
o do s
culo VIII antes de Cristo.
Hoje nada resta de Betel, a n
o ser algumas ru
nas que surgem aqui e ali no meio do campo. Assim como nada resta do templo de Jerusal
No Novo Testamento, e de modo especial nos escritos posteriores
destrui
o do Templo em 70, esta no
o de 'casa de Deus' toma uma nova dimens
o. Assim, s
o Paulo ensina que existem outras inumer
veis Betel, quando se dirige aos cor
ntios: 'N
o sabeis que sois templo de Deus e o Esp
rito de Deus habita em v
s?' (1Cor 3,16).
Pequeno povoado a oito quil
metros ao sul de Jerusal
m, no caminho dos patriarcas que leva at
Hebron, Bel
m, cujo nome significa 'Casa do P
o', se acha na orla do deserto de Jud
, cercada de terras ainda f
rteis, antes que comecem as grandes extens
ridas, cobertas de pedras.
m lembra logo a gruta da natividade, os pastores e os reis magos. Mas, antes
importante recordar alguns acontecimentos que a
se desenrolaram e deixaram sua marca sobre este lugar t
o caro aos judeus e aos crist
Antes de ser o lugar do nascimento de Jesus, Bel
o lugar do nascimento do
ltimo dos patriarcas, descendente de Jac
: Benjamim (cf. Gn 35,36). O parto foi t
o dif
cil que Raquel, a m
e, veio a falecer. Ent
o Jac
tomou o rec
m-nascido nos bra
os e antes de lhe dar o nome de 'Ben-Oni', (ou seja, 'filho de minha dor', como queria Raquel,) ele o chamou 'Ben-Yamin', ('filho de minha direita') que significa na linguagem de Jac
, o 'filho de minha for
a' ou ainda 'filho de minha preferida'.
, a partir deste epis
dio, o lugar onde a morte d
a vida, onde a esperan
a triunfa sobre o sofrimento, onde o amor
mais forte que a dor.
enterrou Raquel
beira do caminho. De agora em diante ela ser
para os descendentes de Jac
e por excel
ncia, aquela que deu sua vida para doar a vida. 'M
e de Israel', ela tornou-se aquela que intercede pelos seus filhos, aquela a quem invocamos nas horas dif
ceis. Assim o profeta Jeremias exclama durante a destrui
o de Jerusal
m, em 587: 'Em Ram
se ouve uma voz, uma lamenta
choro amargo. Raquel chora seus filhos, ela n
o quer ser consolada porque seus filhos j
o mais existem' (Jr 31,15).
o Mateus retoma essas palavras do profeta no massacre dos inocentes de Bel
m (cf. Mt 2,18).
Na entrada de Bel
m existe ainda hoje um monumento simples chamado 'Tumba de Raquel', onde numerosos fi
m recolher-se e rezar
e'. Apesar desse epis
dio dram
tico, fruto da loucura cega de Herodes, Bel
um lugar de felicidade, de alegria, onde o c
u 'desce' sobre a terra.
A hist
ria de Rute, que acontece em Bel
prova disso. Ela se situa na
poca da colheita, um contexto de abund
ncia e de alegria. Rute conhece, enfim, uma felicidade justa que vem coroar sua fidelidade e abnega
o. Pag
, estranha
revela
o de Deus, ela se integrou ao povo de Deus e conheceu a gra
a de ser a av
do rei Davi.
, sem sombra de d
vida, a cidade de Davi. A
ele nasceu e a
passou toda sua inf
ncia vigiando os rebanhos de seu pai sobre as colinas dos arredores. Foi em Bel
m tamb
m que ele recebeu a un
o real das m
os do profeta Samuel. Tornando-se, depois, rei de todo Israel, ele instalar
sua capital em Jerusal
m, bem perto de sua cidade natal.
O profeta Miqu
ias, no s
culo VII, evoca a miss
o messi
nica de Bel
m (cf. Mq 5,1).
O Messias sair
de Bel
m. Jos
, esposo de Maria,
tamb
m origin
rio de Bel
m. E eis porque eles tiveram de voltar para l
se recensear conforme a ordem do Imperador Augusto. Esse pequeno 'acontecimento diferente' do Imp
rio Romano far
com que nas
a Jesus, n
o em Nazar
, mas em Bel
m, conforme as profecias.
O evangelista Lucas conta como Maria e Jos
o puderam ser acolhidos no povoado e tiveram de se refugiar numa gruta, transformada em est
bulo. Ela ser
venerada desde os prim
rdios da Igreja. Or
genes visitou-a em 215 e Santa Helena, m
e do imperador Constantino, recobriu-a com uma ampla bas
lica, em 325.
No s
culo IV, s
o Jer
nimo instalou-se numa gruta vizinha a da natividade. A
permaneceu durante trinta e seis anos, absorvido pelo seu trabalho de tradu
o dos escritos b
blicos para o latim ('A Vulgata').
Essa bas
lica resistir
a todas as invas
es, sem ser danificada. Deveu sua salva
o a pouca coisa: assim, em 614, os persas pouparam-na, tocados que foram por uma representa
o dos Magos, que ilustrava o front
o e onde esses personagens tinham um aspecto semelhante a de seus ancestrais. No s
culo seguinte, os
rabes agiriam da mesma forma, depois de terem destru
do todas as igrejas da cidade. Intacta, a bas
lica acolheu a sagra
o dos reis de Jerusal
m, nos tempos das cruzadas... Bel
m que se tornou desde 1099 um feudo normando!
Nunca o lugar de nascimento de uma crian
a conheceu tal destino: venerado por muitos, respeitado por todos.
Hoje, para entrar na bas
lica, deve-se inclinar profundamente, uma vez que a porta de acesso
pequena. Ela foi reduzida no tempo dos turcos que tinham o deplor
vel costume de entrar nas igrejas a cavalo.
Mas esta porta estreita n
aquela da humildade e da do
ura, que somente elas podem nos dar acesso
adora
o do Menino de Bel
CAFARNAUM
Ainda que totalmente ausente nos textos do Antigo Testamento, este povoado, situado
margem Norte-Oeste do lago de Tiber
ades, liga-se
hist
ria religiosa de Israel pelo seu pr
prio nome. Com efeito, Cafarnaum significa 'Povoado de Naum'. Pode se tratar de Naum, c
lebre profeta (talvez disc
pulo de Jeremias), que anunciou, l
por 620-615, a queda do imp
rio ass
rio e mais particularmente da grande cidade de N
nive.
Embora n
o fosse origin
rio desta regi
o, a localidade poderia trazer seu nome, lembrando seu minist
rio que foi um formid
vel grito de vit
ria do poder de Deus sobre todas as for
as terrestres, t
o imponentes fossem elas.
Mas n
tudo. Kphar, que significa 'povoado', prov
m de uma raiz verbal que tem o sentido de 'perdoar'. Esta mesma raiz d
a palavra Kippour, que
o nome de uma festa importante para o juda
smo: a do 'Grande Perd
o'. Cafarnaum
, pois, por seu nome, um lugar de miseric
rdia, de perd
o, de cura, e um lugar de vit
ria onde se manifesta o poder de Deus. O minist
rio de Jesus de Nazar
se desenvolver
amplamente.
Cafarnaum, modesto povoado de pescadores, com casas r
sticas, feitas de grandes pedras negras, tinha, contudo, import
ncia especial pela sua situa
o geogr
fica, no limite das prov
ncias de Herodes Antipas e de seu irm
o Filipe.
o motivo porque a
se encontrava um posto de ped
gio que ficou c
lebre, gra
as a seu cobrador, transformado em s
o Mateus. Os romanos tamb
m estavam presentes, mantendo a
uma guarni
o, como atesta o epis
dio de Jesus com o centuri
Jesus fez de Cafarnaum seu quartel general, que estabeleceu na casa de um pescador do lago: Sim
o Pedro. Foi na sinagoga de Cafarnaum que ele realizou seu primeiro gesto de poder, libertando um jovem possesso.
Foi tamb
que curou numerosos doentes, dentre os quais a sogra de Sim
o, o empregado do centuri
o ou ainda o paral
tico que valeu a Pedro uma bela abertura no telhado de sua casa.
ainda em Cafarnaum, que apresentou bom n
mero de seus ensinamentos, como o do P
o da Vida.
de Cafarnaum que ele irradia luz sobre toda a regi
Depois do entusiasmo do come
o, Jesus viu diminuir sensivelmente o n
mero daqueles que o seguiam. Deixou ent
o a Galil
ia e pronunciou sobre Cafarnaum palavras muito severas: 'E tu, Cafarnaum, subir
u? At
o inferno ser
s precipitada! Porque, se em Sodoma se houvessem feitos os milagres, que em ti se fizeram, at
hoje ela existiria' (Mt 11,23).
Cafarnaum, como todas as cidades
s margens do lago, conheceu um grande desenvolvimento nos s
culos III.e IV, antes de desaparecer totalmente para n
o ser mais do que um mont
o de escombros, pacientemente escavados pelos arque
logos e que hoje podemos visitar.
A sinagoga apresenta os mais belos vest
gios com suas colunatas e portas de acesso. Datada do s
culo IV depois de Cristo e, ao contr
rio das constru
es da
poca de Cristo, feitas de basalto negro, ela se comp
e de pedras calc
rias brancas. Podemos facilmente imaginar sua antiga beleza! Um grande teto, coberto de telhas, repousava sobre o conjunto do edif
cio que tinha tr
s naves.
Escava
es efetuadas em 1984 nos permitiram encontrar os restos da sinagoga do tempo de Jesus, situada exatamente sob a sinagoga do s
culo IV. Muitos detalhes parecem provar que o edif
cio foi tamb
m luxuosamente constru
do com o objetivo de venerar a antiga sinagoga e comemorar o que Jesus a
fez. Isto nos faz entender que nesta
poca do s
culo quarto, uma comunidade judaico-crist
muito importante se reunia neste lugar para rezar.
Um pouco mais ao Sul, os arque
logos descobriram as ru
nas de uma pequena igreja octogonal do s
culo quinto. Fora constru
da sobre um santu
rio, uma casa da
poca romana, bastante modesta, datando do s
culo primeiro antes de Cristo.
Essa casa foi venerada desde os prim
rdios da Igreja como a casa de s
o Pedro, onde o Cristo residiu muita vezes. Um peregrino crist
o do s
culo quarto atesta que a casa de Pedro tornou-se uma igreja, mas que suas paredes externas tinham passado por uma transforma
Os grafitos encontrados no revestimento das paredes internas traziam inscri
es em diversas l
nguas: em grego, em aramaico, palestino da
poca de Cristo, em latim, o que mostra as diferentes origens daqueles que visitaram esta casa desde os primeiros s
culos. Sobre um grafito podemos ler o nome de Jesus e o de Pedro.
Cafarnaum talvez n
o revelou ainda todos seus segredos. Mas, a partir de agora, uma coisa
certa: este povoado foi muito querido ao cora
o de Jesus e de seus disc
pulos, como tamb
m ao cora
o da Igreja dos primeiros tempos.
pena que hoje os crist
os fa
o pouco caso dela (a
se encontra somente uma pequena presen
a de franciscanos) e que o nome deste povoado t
o comovente, tenha se tornado sin
nimo de desordem e desastre.
CARMELO
O Carmelo
um maci
o montanhoso, voltado para o Sudeste Noroeste que culmina numa altitude de mais ou menos 550 metros e se estende por uns vinte quil
metros. Ele prolonga os montes da Samaria e termina num promont
rio que avan
a pelo mar Mediterr
neo. No tempo da B
blia esta cadeia montanhosa constitu
a a fronteira meridional da tribo de Aser. Hoje, a cidade de Haifa, uma das mais importantes do Israel moderno, encosta-se nos contrafortes do Carmelo,
beira mar.
Na B
blia o Monte Carmelo
a imagem da beleza e da prosperidade. Sua vegeta
o era abundante e suas encostas muito produtivas. O Carmelo sofria menos a seca do que outras regi
es, gra
influ
ncia do mar, bem pr
ximo. O nome 'carmelo' prov
m de uma raiz que significa 'jardim'.
O epis
dio que fez c
lebre a montanha do Carmelo est
na hist
ria do profeta Elias. Nessa
poca, reinava sobre o reino do Norte, tamb
m chamado de reino de Israel, o rei Acab. Um homem fraco, que se deixou dominar totalmente por sua esposa, a tristemente c
lebre rainha Jezabel. Esta, filha do soberano de Tiro, foi uma fervorosa adepta dos Baals fen
cios. Assim ela maquinou, com sucesso, substituir pouco a pouco o culto prestado ao Deus de Mois
s em Israel pelo culto dos baals. Para conseguir seus objetivos usou tanto da ast
cia como da viol
ncia.
Foi por isso que ela ordenou o massacre dos profetas de Deus, e mandou edificar em todo o pa
s, sobre o alto das colinas, altares ou estelas em honra dos baals. Esta presen
a dos baals devia assegurar a fecundidade da terra e a prosperidade do Reino.
Elias, origin
rio de um cl
semi-n
made, ficando fiel ao Deus dos pais e
tradi
o mosaica, teve de fugir para escapar da viol
ncia de Jezabel. Foi ent
o que Deus mandou ao pa
s uma seca sem precedente, destinada a provar a inefic
cia dos baals e encarregou Elias de anunciar esta cat
strofe ao rei Acab. O profeta, com perigo de vida, penetrou no pal
cio do rei, profetizou a seca e foi logo buscar abrigo, desta vez na Fen
Depois de tr
s anos sem um pingo d'
gua, o Senhor lhe pede que volte junto a Acab e anuncie a todos que o Deus de Israel
vivo, que ele
nico verdadeiro Deus.
'E agora manda reunir para junto de mim no monte Carmelo todo o Israel, os 450 profetas de Baal e os 400 profetas de Asera que comem
mesa de Jezabel. Acab mandou ordem a todos os israelitas e reuniu os profetas no monte Carmelo. Ent
o Elias dirigiu-se a todo o povo e disse: Por quanto tempo ainda andareis mancando com os dois p
s? Se o Senhor
o verdadeiro Deus, segui-o, mas se
Baal, segui a ele! Mas o povo n
o respondeu uma palavra' (1Rs 18,19-21).
Acontecer
, depois, uma das mais fortes manifesta
blicas de Deus em toda a antiga alian
uma
specie de competi
o, de concurso, entre os profetas de Baal e Elias. A aposta? Fazer chover sobre o campo.
Enquanto que os profetas de Baal se cansaram, sem nada obter,
o de Elias 'o c
u ficou escuro com grossas nuvens de tempestade e come
ou a cair uma chuva torrencial' (1Rs 18,45).
Assim o Carmelo veio a ser o cen
rio desta grandiosa afirma
o da presen
a e do poder do Deus de Abra
o, de Isaac e de Jac
, invocado por Elias. Desde ent
o o Carmelo transformou-se num alto lugar espiritual, imagem da fidelidade e da provid
ncia de Deus.
Ele
cantado pelos C
nticos dos C
nticos: 'Tua cabe
a sobressai como o Carmelo...' (Ct 7,6) ou pelo profeta Jeremias: 'porque, como o Tabor entre os montes e o Carmelo sobre o mar, ele vir
' (Jr 46,18).
Esta imagem
certamente revers
vel e quando os profetas a ligam
s infidelidades do povo e
s cat
strofes que elas possam causar, gritam como Am
s: 'O Senhor ruge de Si
o, de Jerusal
m levanta sua voz, murcham as pastagens dos pastores e seca o cume do Carmelo' (Am 1,2).
O Carmelo conservar
, no decorrer dos s
culos, sua voca
o especial. Assim, no quarto s
culo antes de Cristo, os gregos cham
o de 'montanha santa de Zeus' e mais tarde o imperador Vespasiano ofereceu a
um sacrif
cio.
Os crist
os estimaram muito este lugar e numerosos foram os eremitas que a
habitaram. Um deles, s
o Brocardo, no s
culo treze, conseguiu que o papa aprovasse uma regra de vida que foi a base da Ordem do Carmelo. Esta regra retomava o lema de Elias: 'Pela vida do Senhor Deus (Ele
vivo) de Israel a cujo servi
o estou' (1Rs 17,1).
CESAR
Na B
blia, duas s
o as cidades com este nome, em homenagem ao imperador romano: Cesar
ia de Filipe e Cesar
ia Mar
tima.
A primeira, como o pr
prio nome indica, acha-se situada na prov
ncia do Tetrarca Filipe, um dos filhos de Herodes o Grande, irm
o de Herodes Antipas.
Foi o pr
prio Filipe que a construiu, na
poca do nascimento de Jesus. Escolheu este lugar por causa de sua beleza, aos p
s do monte Hermon, por seu clima fresco, assegurado por uma das tr
s fontes do Jord
o, que a
jorra e pela sua posi
o geogr
fica, favor
s comunica
De acordo com os relatos evang
licos, foi em Cesar
ia de Filipe que se deu a confiss
o de s
o Pedro, que, reconhecendo a messianidade de Jesus, declarou: 'Tu
s o Cristo, o Filho do Deus vivo' (Mt 16,16).
Foi tamb
m nesse lugar que Jesus, tendo deixado temporariamente a Galil
ia, sob a amea
a de Herodes Antipas, anunciou pela primeira vez sua paix
o, morte e ressurrei
o e declarou a seus disc
pulos: 'Se algu
m me quiser seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Pois aquele que pretender salvar a sua vida, vai perd
-la; e quem perder a sua vida por amor de mim, h
de encontr
-la' (Mt 16,24-25).
Foi em Cesar
ia de Filipe que, pela primeira vez, a identidade de Jesus e a natureza de sua miss
o revelam-se com particular clareza e precis
o. Tamb
m se precisa a miss
o da Igreja: 'Eu te darei as chaves do reino dos c
us, e tudo o que ligares na terra ser
ligado no c
u e tudo o que desligares na terra ser
desligado nos c
us' (Mt 16,19).
O lugar dedicado ao deus da natureza Pan ou Panias, no tempo dos gregos, retomou, sob o per
rabe, seu nome de origem, ligeiramente modificado: Banias. O lugar
ocupado hoje por uma agrad
vel jardim p
blico, organizado ao redor de v
rias bacias dispostas em camadas, onde se derramam as
guas do Jord
o. Para os crist
um lugar especial da Igreja das primeiras horas.
Cesar
ia Mar
tima, mais conhecida como Cesar
ia de Filipe,
mais citada na B
blia. Porto da costa mediterr
nea, situada a uns cinq
enta quil
metros ao Norte da atual Tel-Aviv, foi constru
da por Herodes o Grande, entre 12 e 9 antes de Cristo.
as a trabalhos gigantescos, Herodes a fez cidade principal de seu reino. Uma cidade '
romana', com seu pal
cio real, seu templo dedicado a Augusto, beirando os quinze hectares do n
vel d'
gua, constitu
do por dois pared
es ornamentados com est
tuas gigantescas e seu indispens
vel anfiteatro.
No tempo de Jesus, depois da destitui
o de Arquelau, filho de Herodes, os romanos, que tinham retomado sob sua autoridade direta o governo da Jud
ia-Samaria, fizeram dela seu lugar de descanso. P
ncio Pilatos a
residia de maneira ordin
ria, voltando para Jerusal
m somente nas grandes ocasi
A presen
a romana far
de Cesar
ia uma esp
cie de capital da evangeliza
o dos pag
os. Com efeito, foi a
que se deu o fato t
o importante da convers
o do centuri
o Corn
lio. Pedro, reconhecendo nele a obra do Esp
rito Santo, dar-lhe-
o batismo, inaugurando assim uma pr
tica que se estender
depois a um n
mero consider
vel de n
o-judeus, atrav
s dos s
culos.
o Paulo, o ap
stolo das na
es, vir
diversas vezes at
Cesar
ia, para a
tomar um navio ou desembarcar. Mais do que isso. Ele a
passar
dois anos em 'liberdade vigiada', esperando ser conduzido diante do tribunal de C
sar, em Roma.
Durante esse tempo ele aproveitar
para consolidar a comunidade crist
local e testemunhar seu pr
prio encontro com o Ressuscitado.
Cesar
ia exercer
um papel muito importante nos primeiros s
culos da Igreja. De tal modo que o bispo de Jerusal
m depender
do bispo de Cesar
ia at
culo quinto. Or
genes a
fundar
pelo ano 230, a primeira escola de teologia b
blica, dotada de uma biblioteca grandiosa. Certo Eus
bio a
estudar
, antes de ser seu bispo. Ele
considerado, a justo t
tulo, como o primeiro historiador da Igreja.
Importante durante todo o per
odo bizantino, a cidade decair
sob a ocupa
o persa e depois sob a
rabe. Os Cruzados reconquistar
o o lugar. S
s reconstruir
suas fortifica
es e come
a constru
o de uma catedral que permanecer
inacabada.
Reconquistada pouco depois pelos
rabes, a gloriosa cidade acabar
num simples monte de pedras, destinadas
constru
o da mesquita de Santa Joana D'Arc!
Recentemente, mais de dois mil e quinhentos arque
logos conseguiram ressuscitar o essencial dos monumentos originais que, a cada ano, arrancam a admira
o de uma multid
o de visitantes, felizmente pac
ficos.
CHIPRE
Grande ilha do Mediterr
neo, situada perto das costas da Turquia e L
bano, Chipre sempre abrigou uma popula
o extremamente diversificada. Muito pouco citada no Antigo Testamento, ela a
aparece com o nome de Elisa. O profeta Ezequiel conheceu-a pela sua produ
o de p
rpura (Ez 27,7).
rpura era uma mat
ria colorante segregada por um molusco, o m
rice. Utilizada para as tinturas, ela permite, conforme o tratamento, a obten
o de um vermelho luminoso ou de uma gama de ametista e de violeta.
A ilha de Chipre n
o escapou dos grandes abalos hist
ricos que varreram o mundo Mediterr
neo. Foi, alternadamente, anexada pelos ass
rios, persas, depois pelos gregos. Ela mudou at
mesmo de partido: sob a domina
o dos Ptolomeus, passou para as m
os dos Sel
ucidas, no terceiro s
culo antes de Cristo. Ela
citada v
rias vezes no livro dos Macabeus, como tendo fornecido tropas a Ant
oco Ep
fanes, o tirano sel
ucida. Na
poca romana tornou-se prov
ncia senatorial e foi governada por um proconsul, a partir de 22 antes de Cristo.
O Evangelho ganhou bem cedo a ilha. A primeira onda de evangeliza
o foi obra de judeus-crist
os que fugiram da Palestina, depois do mart
rio de Est
o, e anunciaram a Boa Nova nas sinagogas.
o que nos contam os Atos dos Ap
stolos 11,19: 'Aqueles que foram dispersados pela persegui
o no tempo de Est
o, chegaram at
a Fen
cia, Chipre e Antioquia, pregando a palavra somente aos judeus'.
A segunda tocou os meios pag
os atrav
s da miss
o levada a cabo por Paulo, Barnab
e Jo
o Marcos. Foi a primeira miss
o de Paulo, que partiu de Antioquia e, sem d
vida, guiado para Chipre por seu amigo Barnab
, origin
rio desta ilha. Os mission
rios desembarcaram no porto de Salamina, o grande porto comercial da ilha. Barnab
reencontrou sua p
tria e numerosos amigos. Os judeus receberam favoravelmente a prega
o dos ap
stolos nas sinagogas.
No decorrer de suas peregrina
es Paulo e seus companheiros chegaram a Pafos, lugar da resid
ncia do proconsul romano S
rgio Paulo. L
encontraram um curioso personagem, um judeu chamado Bar-Jesus, um 'falso profeta' denominado
lima, isto
, 'o m
gico', que estava a servi
o do governador.
Havia, de fato, em Chipre, Escolas de M
gicos muito c
lebres.
lima talvez as tivesse freq
entado antes de se tornar uma esp
cie de astr
logo-charlat
o que predizia o futuro. Ele tinha medo, n
o sem raz
o, que a vinda dos mission
rios crist
os pusesse em risco toda sua influ
ncia e... seu emprego junto do proconsul.
Paulo decidiu enfrentar a luta e se apresentou ao proconsul na qualidade de cidad
o romano. Depois de certos lances de orat
ria durante os quais
lima tentou demover o proconsul da f
crist
, Paulo disse-lhe: 'Eis que agora vai cair sobre ti a m
o do Senhor e ficar
s cego sem veres a luz do sol por algum tempo' (At 13,11).
lima perdeu a vis
o imediatamente. E S
rgio Paulo, desconcertado, converteu-se. Segundo uma antiga tradi
rgio Paulo uniu-se a Paulo, acompanhou-o pela Espanha e tornou-se bispo de Narbona onde veio a falecer.
Esta primeira viagem mission
ria tinha sido um sucesso. A Igreja de Chipre nascera da prega
o do ap
stolo das na
es. Paulo acabara de fazer a experi
ncia ben
fica de sua cidadania romana e tinha mostrado aos olhos de todos o poder de seu minist
rio de evangeliza
o que lhe fora confiado pela Igreja de Antioquia.
Deixando Chipre, os tr
s mission
rios retomaram a rota de P
rgamo (Paulo e Barnab
) e Jerusal
m (Jo
o Marcos). Barnab
retornou mais tarde a Chipre, depois de sua dicuss
o, que o separou de Paulo. A
ele confirmou as comunidades crist
s que se desenvolveram em paz.
Hoje ainda a Igreja grega local se orgulha de sua origem, que lhe confere o t
tulo patriarcal.
CORINTO
A cidade de Corinto nasceu no s
culo VIII antes de Cristo,
sombra da Acr
pole, montanha rochosa, embora esteja
beira-mar e sob a prote
o de Afrodite, a V
nus romana, cujo c
lebre templo dominava o lugar.
No decorrer dos s
culos, a cidade desenvolveu-se a tal ponto que atingiu quinze quil
metros de comprimento. Sua posi
o sobre uma faixa de terra muito estreita, que passava entre dois mares, permitia-lhe dar origem a dois importantes portos: o porto oriental de C
ncreas e o porto ocidental de Lecaion.
Ambos interligados por um caminho que permitia a passagem de pequenos barcos de um porto para o outro. A cidade teve um desenvolvimento brilhante, guerreiro, colonizador e tamb
m fundador, pois ela fez nascer a cidade de Siracusa.
Infelizmente, seu impulso a levou a participar na luta contra a Roma ascendente. E em 146 antes de Cristo, Corinto pagou com sua vida. A cidade de Afrodite foi totalmente arrasada e saqueada.
Foi J
lio C
sar que a tirou das ru
nas entre 46 e 44 antes de Cristo. Instalou a
uma col
nia de veteranos que levaram consigo uma multid
o de escravos.
Foi esta Corinto romana que Paulo conheceu, em sua segunda viagem mission
ria. Proveniente de Atenas, onde n
o se demorou muito por causa do pouco impacto de sua prega
o com os intelectuais, ele chegou a Corinto, distante somente setenta e cinco quil
metros. Era ent
o uma cidade pr
spera, centro de com
rcio e de troca, muito populosa, com cerca de quinhentos mil habitantes e podia se orgulhar de ser a capital da prov
ncia da Acaia (a Gr
cia). Seus habitantes eram, na sua sua maioria, gente simples, sem forma
o e de costumes dissolutos. Dentre os quinhentos mil habitantes, mais de trezentos mil eram escravos!
No dizer da
poca, Corinto era, na verdade, a cidade mais corrompida de todo o Imp
rio. De fato, em seu apogeu o templo de Afrodite era servido por mais de mil prostitutas. Sem d
vida, isso n
o ocorria mais no tempo de Paulo, mas a prostitui
o devia continuar nos dois portos.
Corinto possu
a uma sinagoga na qual foi encontrada uma inscri
o. No centro da cidade erguiam-se numerosos templos. A rua principal, coberta de lojas e de belas casas, ia reta at
o porto. A
gora, cora
o da cidade, compunha-se de duas partes, uma dedicada ao com
rcio e outra aos debates pol
ticos. Certamente foi l
que Paulo, ao chegar
cidade, procurando trabalho como fabricante de tendas, encontrou
quila e Priscila, um casal de crist
os. Obrigados a deixar Roma, segundo o decreto promulgado no final de 49, instalaram-se em Corinto para a
continuar sua atividade de tecel
, pois, muito natural que Paulo v
se instalar e trabalhar com eles. Tendo chegado no inverno de 50, a
ficar
o ver
o de 52.
Paulo come
ou, como de costume, pregando o Evangelho na sinagoga. A
voltou v
rios s
bados em seguida. Certos judeus, tocados pelos seus ensinamentos, acreditaram que Jesus era o Messias. Como conseq
ncia, uma violenta pol
mica sacudiu as fileiras da sinagoga. Paulo terminou por sacudir suas vestes e lan
plat
ia: 'Sobre v
s pesa a responsabilidade do que acontecer' (At 18,6). A discuss
o agravou-se de tal forma que Paulo foi conduzido pela pol
cia at
o proconsul romano, Gali
o, que se declarou incompetente para julgar tal caso.
em diante a Igreja reunia-se nas casas e Paulo dirigiu-se aos pag
os. Sua prega
o voltava-se de modo especial
s camadas pobres da popula
o. O impacto foi ineg
vel e deu origem a uma comunidade crist
importante pelo n
mero.
de Corinto que Paulo escrever
suas primeiras cartas, aquelas endere
adas aos Tessalonicenses.
Quando Corinto v
o ap
stolo das na
es regressar a Antioquia, chega outro grande evangelizador: Apolo. Durante sua perman
ncia em
feso (54-57), Paulo, ao receber m
s not
cias sobre os Cor
ntios, dirige-lhe uma carta, hoje sem d
vida perdida. Depois, uma segunda. Tito, de passagem por Corinto, constatar
que, infelizmente, as cartas de Paulo tiveram pouco efeito sobre o comportamento de alguns crist
talvez o que levar
Paulo a realizar uma visita rel
mpago a Corinto. Ela ser
seguida de uma nova carta ('nossa' segunda carta aos Cor
ntios), com tom severo.
No inverno de 57-58 far
ainda uma pequena estadia nessa comunidade, t
o cara a seu cora
o. Parece que a Igreja de Corinto teve as grandezas e fraquezas das pessoas simples Ou seja, uma abertura muito espont
nea do cora
obra do Esp
rito que se traduzia por uma vida carism
tica intensa, mas tamb
m uma propens
instabilidade, ao afrouxamento e
disc
rdia. Ela foi um pouco a crian
a terr
vel de Paulo, mas uma crian
a de cora
o grande que lhe ocasionou, enfim, muitas alegrias e consola
DAMASCO
Curioso destino o deste o
sis de vinte e cinco quil
metros por vinte situado aos p
s do Hermon,
beira do deserto da S
ria, que no decorrer de sua hist
ria passar
de um reino a outro at
obter certa autonomia no tempo de Jesus e da Igreja primitiva.
Vasto jardim, banhado por dois cursos d'
gua, Damasco sempre teve voca
o de parada de caravanas, lugar de trocas comerciais e de mesti
agem de popula
Pelo ano mil antes de Cristo, a cidade est
nas m
os dos arameus que fazem dela capital de seu poderoso reino. Ainda que primos germ
nicos dos hebreus, os arameus constitu
am para Israel uma amea
a permanente.
Durante suas campanhas vitoriosas Davi se apodera dela e submete seus habitantes (cf. 2Sm 8). Israel, por
m, perde Damasco, como nos relata o primeiro livro dos Reis, cap
tulo 11, sob o reinado de Salom
o. Certo Rezon toma o poder e funda a
um reino aut
nomo. Tornando-se poderoso, esse reino exercer
o papel de
rbitro nas lutas fratricidas que dilaceram Israel e Jud
Em 732, Damasco desmorona-se sob avan
o ass
rio e mais tarde, pouco mais de um s
culo, torna-se babil
nica. Em seguida, os persas fazem dela capital de uma vasta prov
ncia, da qual depende Jerusal
m. Isso explica a interven
o do governador de Damasco no delicado epis
dio da reconstru
o do Templo, em 520. Em 332 Damasco
tomada por um enviado de Alexandre o Grande. Desde ent
o ela mudar
continuamente de partido nas lutas cont
nuas que op
em os sucessores do ilustre conquistador.
No conte
do dos relatos b
blicos, vemos Damasco reaparecer no primeiro livro dos Macabeus, que descreve a entrada triunfal de J
natas na capital s
Pouco tempo depois Damasco
de novo um reino independente, mas Pompeu anexa-o em 63 antes de Cristo. Deixa, contudo, certa autonomia
cidade. Nessa
poca Damasco torna-se sede de uma importante col
nia judaica. O historiador Fl
vio Josefo julga ter cinq
enta mil habitantes.
A corrente ess
nia est
muito bem representada. A comunidade de Qumr
n tinha a
numerosos simpatizantes. Essa abertura de Damasco ao meio judaico permitir
a eclos
pida de uma comunidade crist
Isso explica a atitude de Saulo de Tarso, que 'se apresentou ao Sumo Sacerdote e lhe pediu cartas de recomenda
o para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos para Jerusal
m todos os homens ou mulheres que achasse seguindo tal doutrina' (At 9,2).
Munido de autoriza
o oficial, o grande inquisidor do Sin
drio se p
s a caminho acompanhado de uma s
lida escolta. Conhecemos por testemunho do pr
prio interessado o encontro que teve no 'caminho de Damasco'. Chegando ao fim de sua viagem, ele logo encontra os crist
os da cidade e pede o batismo.
Paulo vai, em seguida,
s sinagogas n
o para desalojar os crist
os, mas para a
pregar a Boa Nova de Jesus Cristo. Esta atitude, intoler
vel aos olhos dos judeus da cidade, valeu-lhe ser objeto dum compl
visando elimin
Paulo se v
obrigado a fugir. Como os judeus tinham colocado guardas armados nas portas da cidade, Paulo fugir
num cesto de vime, descido pela muralha. Voltar
a Damasco pelo ano 36, como nos conta a segunda carta aos Cor
ntios e a carta aos G
latas.
A partir do segundo s
culo de nossa era, Damasco tornou-se bispado e se achar
ligada ao patriarcado de Antioquia. No s
culo quarto o cristianismo ter
um importante avan
o, sob a influ
ncia do di
cono Efr
m. Com seus hinos e poemas, contribuir
largamente para o nascimento de uma liturgia s
ria ainda hoje em vigor nas comunidades crist
s locais.
Tornando-se grandemente minorit
ria num pa
s fortemente isl
mico, a Igreja n
o est
por isso menos viva. Ela prossegue sua miss
o em Damasco, rica de seu passado prestigioso.
DESERTO
rido, aparentemente sem vida e hostil ao homem, seria o deserto uma anomalia da natureza, um erro do Criador ou ainda o fruto dum capricho que o levou a colocar um espa
o de uma beleza selvagem? Segundo o livro do G
nesis, a origem do deserto
uma das tristes conseq
ncias da queda do primeiro homem. Pela sua revolta, o homem instaurou uma quebra na harmonia da cria
o, da qual ele era o administrador e n
o o senhor.
'Amaldi
oada ser
a terra por tua causa' (Gn 3,17), diz Deus. O rico jardim que produzia frutos em abund
ncia dar
o lugar ao deserto
rido donde o homem n
o tirar
seu alimento sen
o 'com o suor de seu rosto'. Esta senten
a divina n
o deve ser tomada como uma puni
o infligida por um Deus vingador, mas antes como uma ascese, isto
, como um caminho de purifica
o, de poss
vel volta, uma escola de sabedoria. O deserto aparece, pois, como um meio pedag
gico para fazer o homem voltar ao essencial, ao verdadeiro sentido de sua vida e de sua voca
A atravessia do deserto que permitir
ao homem voltar ao para
so perdido, torna-se a imagem mais adequada de nossa vida terrena, caminho dif
cil e perigoso, mas capaz de nos conduzir at
den, lugar da feliz comunh
o com Deus.
O deserto
, pois, uma verdadeira escola e numerosas s
o as li
es que o homem tira da
. A hist
ria de Israel
, sob esse aspecto, exemplar.
no deserto que o povo de Deus fez suas experi
ncias fundamentais:
- ele descobriu o verdadeiro sentido da escravid
o: libertado da escravid
o do Fara
, ele se encontra prisioneiro de si mesmo, de seu pecado, de suas paix
es e nelas provou a amargura.
- ele aprendeu a obedi
ncia, a
nica que permitia vencer as dificuldades e as adversidades: obedi
ncia a Deus e
quele que escolhera para ser guia do povo.
- ele fez a experi
ncia da Provid
ncia que prov
, dia ap
s dia, as necessidades mais elementares. Ele teve de crescer, portanto, numa rela
o de confian
a e abandono a Deus.
- ele viu o poder de Deus em a
o, poder que podia abater o inimigo, mas tamb
m converter os cora
- ele aprendeu a depend
ncia e portanto a pobreza que n
ria material, mas desapego de si.
-Ele a
encontrou Deus e recebeu a Lei.
A mais admir
vel de todas estas experi
ncias no deserto
, sem d
vida, a vinda de Deus em meio a seu povo, essa presen
a do Todo-Poderoso no cora
o da mis
ria humana: presen
a numa sar
a, presen
a numa coluna de nuvem, presen
a numa tenda agitada ao sabor do vento. A partir de agora a precariedade da exist
ncia humana n
mais um impecilho para a rela
o com Deus, e a dist
ncia entre o Criador e sua criatura, se n
abolida, pelo menos
consideravelmente reduzida.
Assim, aquilo que antes era visto como um lugar hostil, torna-se, pouco a pouco, na consci
ncia de Israel, um lugar privilegiado de intimidade com o Senhor. O profeta Os
ias dir
em rela
o a Israel: 'por isso, eu mesmo a (a esposa infiel) seduzirei, conduzirei ao deserto e lhe falarei ao cora
o' (Os 2,16) e Isa
as anunciar
: 'At
que do Alto o Esp
rito seja derramado sobre n
s. Ent
o o deserto se tornar
um vergel e o vergel ser
considerado uma floresta' (Is 32,15).
o Batista, referindo-se
s profecias messi
nicas de Isa
as, apresenta-se como 'a voz que clama no deserto', express
o que n
o quer significar 'a voz que ningu
m escuta', mas sim 'a voz que lan
a uma santa convoca
o para se ir ao lugar de encontro com Deus'.
O deserto ser
o primeiro 'campo de miss
o' de Jesus. Desde antes de seu batismo o Esp
rito o arrasta ao deserto. Durante quarenta dias a
ele sustenta o mais importante combate de toda a hist
ria que o coloca contra as for
as de destrui
o, aos poderes da morte. Em quarenta dias ele leva
sua plena realiza
o o que Israel vivera durante quarenta anos de travessia do deserto.
A vit
ria de Jesus, que obriga o maligno a se retirar, abre definitivamente o acesso ao
den perdido. O deserto toma o lugar do jardim. Jardim das margens do Lago de Tiber
ades onde Jesus multiplica os p
es; jardim do Gets
mani onde, pela
ltima vez, repele a tenta
o; o jardim do sepulcro onde a pedra da tumba
rolada na manh
da P
scoa.
EGITO
A hist
ria de Israel e a do Egito est
o estreitamente ligadas, seja para o melhor ou para o pior. De fato, o Egito foi para Israel, por diversas vezes, uma terra de asilo e salva
o; em outros per
odos, contudo, uma terra hostil e implac
Desde a hist
ria dos Patriarcas, o Egito exerce uma fun
o de ref
gio para o primeiro dentre eles, Abra
o. Ele, fugindo de uma seca terr
vel que dizimava seus rebanhos, vai at
o Egito para sobreviver. De fato, o Nilo, jamais a seco, era uma garantia de vida. Mas esta terra de asilo transforma-se logo em terra hostil por causa dos 'belos olhos de Sara' que agradaram o Fara
. Abra
o e seu cl
foram levados pela for
a militar at
a fronteira eg
pcia. Esse tempo de ex
lio foi, pois, extremamente curto.
Isaac, o filho de Abra
o, tomou, ele tamb
m, o caminho do Egito por causa da fome, mas parou em Bersab
ia e n
o foi mais longe.
O segundo dos patriarcas a dirigir-se ao Egito foi Jos
, um dos filhos de Jac
, vendido pelos irm
os e levado por uma caravana. Chegado ao Egito, foi
endido como escravo no mercado a um importante personagem do Reino. Logo lhe confiam grandes coisas, at
o dia em que a mulher de seu senhor o acusou falsamente de ter querido abusar dela. Esta desgra
a precipitar
no fundo dos c
rceres do Fara
O Egito, terra da escravid
o, tornou-se para ele terra de pris
o. Mas decididamente nesse pa
s tudo
poss
vel. A m
o de Deus agiu com poder e, atrav
s de uma sucess
o de fatos positivos, Jos
se acha elevado
s mais altas responsabilidades do pa
s, junto ao Fara
Sua sabedoria permitir
ao Egito tornar-se uma terra de salva
o: avisado, num sonho, da chegada de uma terr
vel fome, Jos
toma todas as medidas necess
rias para armazenar as provis
es necess
rias. Com efeito, enquanto todos os pa
ses ao redor morrem de fome, o Egito enfrenta e at
se torna para os outros um porto de salva
o. O patriarca Jac
, o pr
prio pai de Jos
, vir
refugiar-se a
com os irm
os de Jos
. Assim, toda a fam
llia patriarcal ser
salva e com ela as promessas de Deus feitas a Abra
o, que repousam sobre todas as fam
lias da terra.
O Egito foi, por algum tempo, uma terra de acolhimento salutar, onde os descendentes de Abra
o podiam viver com toda a tranq
ilidade, instalados numa das regi
es mais ricas: o pa
s de Gessen. Mas, com o passar do tempo, as gera
es se sucederam e este pa
o acolhedor tornar-se-
uma terra de sofrimento e de servid
A opress
o ser
tal que Deus vai suscitar no seio de seu povo um libertador: Mois
s, que ter
a dura tarefa de fazer Israel sair do Egito. Esta sa
da do Egito torna-se um dos fatos mais fundamentais da hist
ria da salva
o, prefigurando a liberta
o total que Deus realizar
para todos aqueles que se entregam a ele.
a primeira P
scoa no Egito, celebrada
s pressas.
Para a mem
ria de Israel o Egito ser
sempre uma terra de amargura e de l
grimas e ao mesmo tempo um pa
s de atra
o, de sonho e de abund
ncia. No decorrer da hist
ria o Egito ser
, alternadamente, aliado ou inimigo de Israel, trar
seu socorro ou semear
a morte.
Seja como for, o Egito permanece na percep
o de Israel como o prot
tipo das pot
ncias idol
tricas, cuja for
a prov
m das for
s, por interm
dio de seus m
gicos.
Mas, por diversas vezes ainda, o Egito acolher
os exilados membros do povo eleito de Deus. Ser
o caso do profeta Jeremias e de seu fiel secret
rio Baruc, ap
s o desastre de 587, que p
e fim ao Reino de Jud
. Mais tarde, a sagrada fam
lia, fugindo da c
lera de Herodes o Grande, vir
refugiar-se a
durante v
rios anos. Assim, o salvador da humanidade foi, durante seus primeiros anos, protegido e salvo pelo vizinho eg
pcio.
Decididamente, o destino do Egito, o de Israel e com isso a salva
o do mundo sempre estar
o inextricavelmente associados! Segundo o profeta Zacarias, o Egito se converter
no final dos tempos e subir
a Jerusal
m para se prostrar diante do Adonai Sabaot, o Deus de Abra
o, de Isaac e de Jac
As p
ginas magn
ficas da Hist
ria da Igreja dos primeiros s
culos que se escreveram no Egito - este pa
s foi o ber
o do monaquismo atrav
s de ilustres pioneiros que foram santo Ant
o e s
o Pac
mio - n
o foram sen
o um come
O Egito ainda hoje n
o deixa de nos causar admira
O problema da localiza
o geogr
fica de Ema
s permanece ainda n
o resolvido. Tr
s lugares podem ter sido o palco do encontro do Cristo Ressuscitado com os famosos peregrinos. O Evangelho de s
o Lucas, que traz o encontro, situa-o a seiscentos est
dios de Jerusal
m, ou seja, onze quil
metros.
O primeiro lugar El-qubeibeh corresponde bem a esta dist
ncia, mas atraiu a aten
depois do s
culo XV. Ele n
o tem, pois, a caracter
stica de uma localiza
o tradicional, o que em tal caso de d
vida
uma perda enorme. De fato, devemos pensar que os primeiros crist
os tinham boas raz
es para situar um acontecimento em tal lugar antes que em outro, mesmo se hoje n
o tenhamos mais conhecimento do que ditou sua escolha.
O segundo lugar poss
o de Abu Gosh. Seria o mais razo
vel por duas raz
es. Em primeiro lugar, porque a
corre uma fonte de
gua fresca, j
em uso no tempo dos romanos, portanto enquanto Jesus vivia. Sabemos que, nessa
poca, os lugares de habita
o e de alojamento ficavam, propositadamente, perto de mananciais ou fontes. Depois, porque os cruzados edificaram a
uma igreja bastante consider
vel:
evidente que n
o se constru
am igrejas sen
o em lugares venerados que deviam acolher peregrinos. Mas isso remonta apenas ao s
culo XII.
O terceiro lugar, hoje um povoado que traz o nome de Amwas, tem a enorme vantagem de ter sido considerado, desde os primeiros s
culos como a Ema
blica. S
o Jer
nimo
seu fiel partid
rio, assim como Or
genes. Quando se conhece a ci
ncia b
blica dos dois eruditos que viveram na Terra Santa, podemos considerar como muito s
rios seus testemunhos.
As escava
es feitas em Amwas parecem confirmar a import
ncia do lugar aos olhos dos crist
os dos primeiros s
culos. Com efeito, foram encontrados os restos de uma grande bas
lica com tr
s naves, datando do s
culo IV. Destru
da no s
culo VI, na insurrei
o dos Samaritanos, foi restaurada pelos cruzados. Ao lado dessa constru
o encontram-se igualmente as ru
nas de uma bas
lica bisantina com medidas muito mais restritas, mas cujo batist
rio cruciforme
de fato not
nica nota dissonante nessa identifica
a dist
ncia que separa Amwas de Jerusal
m: vinte e quatro quil
metros...
Seja como for, o encontro de Ema
um fato consider
vel desde os in
cios da Igreja. Os dois peregrinos s
o o s
mbolo de todos aqueles que colocaram sua confian
a em Jesus de Nazar
e que no dia da crucifix
o se encontram totalmente derrotados. 'N
s esper
vamos que fosse ele quem iria libertar Israel. Agora, por
m, al
m de tudo, j
passaram tr
s dias desde que estas coisas aconteceram' (Lc 24,21).
o, eles se voltaram para si mesmos, prestes a retomar a vida antiga, como se nada tivesse acontecido. E Jesus chega inesperadamente. Antes de se 'revelar', ele lhes ensina as Escrituras, comentando tudo o que lhe dizia respeito na Lei, nos Profetas e nos Salmos. Fazendo isso, ele lhes conforta a f
, mostrando-lhes que todos esses fatos recentes estavam inscritos no plano de Deus, que n
o se trata de forma alguma de um fracasso ou de uma desventura. Em seguida ele se deixa reconhecer na fra
o do p
o e desaparece.
Ao retomar esse texto, ponto por ponto, vemos a
o desenrolar lit
rgico da refei
o pascal, contido na liturgia eucar
stica.
Em primeiro lugar, encontramos a
um momento de arrependimento: os peregrinos contam a Jesus como 'os sumos sacerdotes e os magistrados o entregaram para ser condenado
morte e crucificado' (Lc 24,20). Essa passagem corresponde
s 'ervas amargas' da refei
o pascal, cuja consuma
o deve lembrar aos participantes o gosto amargo do pecado e da escravid
o. A liturgia penitencial no in
cio da celebra
o eucar
stica
uma continua
o disso.
Depois, vem o momento da leitura das Escrituras e de seu coment
rio. 'E, come
ando por Mois
s e por todos os Profetas, foi-lhes explicando tudo o que a ele se referia em todas as Escrituras' (Lc 24,27). Esta medita
o que ocupa um lugar central na liturgia da refei
o pascal
absolutamente necess
ria para fazer-nos compreender nos fatos a vontade de Deus. O lugar da Escritura
igualmente muito importante em toda a celebra
o sacramental e com tanto mais raz
o na Eucaristia.
Enfim, a fra
o do p
o. Sinal da ben
o derramada sobre a humanidade, sinal do amor de Deus que alimenta seu povo no deserto, dia ap
s dia, sinal do corpo do Cristo, morto pela salva
o do mundo.
Resta 'o envio
miss
o': voltados para o futuro, os peregrinos retornam a Jerusal
m para prevenir seus companheiros. O banquete pascal termina com o canto do 'ano pr
ximo em Jerusal
m' e a Eucaristia pelo envio 'ide em paz'.
imposs
vel que o relato evang
lico tinha sido composto seguindo este fio lit
rgico condutor da refei
o pascal e talvez das primeiras Eucaristias da Igreja nascente.
, pois, mais que o encontro de dois peregrinos com Jesus Ressuscitado.
uma dos fundamentos da vida da Igreja, um tempo forte de revela
o, onde o Messias se deixa reconhecer n
o por seu rosto, pelas suas chagas ou voz, mas pelo sinal de seu amor pelos homens.
No in
cio da era crist
feso era uma grande cidade, situada sobre a margem leste do mar Egeu. Capital da prov
ncia romana da
sia Menor, ela orgulhava-se em possuir uma das sete maravilhas do mundo: o templo de
rtemis.
feso, gra
as a seu porto, situado a dois quil
metros terra a dentro, era um importante centro econ
mico. O com
rcio era pr
spero e se irradiava largamente sobre todo o territ
rio que constitui hoje a atual Turquia.
Mas essa prestigiosa cidade, cujos vest
gios hoje ainda podemos admirar, de modo especial a soberba avenida com colunatas que iam do porto at
o teatro, atravessando toda a cidade, era tamb
m um centro de peregrina
o. As multid
iam para adorar
rtemis, uma das formas da Astart
ia fen
cia, deusa da fecundidade, m
e da natureza e dos seres. Sua est
ainda hoje muito c
lebre: mulher que tem muit
ssimos seios, trazendo sobre eles os seres celestes, mar
timos e terrestres.
As festas em honra de
rtemis atra
am, cada ano, nos meses de mar
o, abril e depois no final do m
s de maio, multid
es consider
veis. Os cortejos procediam desimpedidamente e nessa
poca o teatro de vinte e quatro mil lugares ficava superlotado.
feso devia ainda sua reputa
o pelo fato de ter sido o ber
o das novas ci
ncias, principalmente a filosofia. Com efeito,
feso que surgiram as c
lebres escolas de pensadores hoje designados como pr
-socr
ticos, que perguntavam sobre o sentido dos seres e das coisas. Um desses conhecidos fil
sofos, Her
clito, era sacerdote do templo de
rtemis.
Todas essas particularidades faziam de
feso um p
lo de atra
o fora do comum: econ
mico, religioso e cultual onde se encontravam popula
es muito diferentes, uma esp
cie de centro catalizador da
sia Menor.
Nada de estranho ent
o que o Evangelho tenha sido anunciado bem cedo em
feso. Quando Paulo a
chegou pela primeira vez, no fim de sua segunda viagem mission
ria, em 52, j
encontra a
uma comunidade crist
provavelmente evangelizada por certo Apolo, judeu culto que havia recebido o batismo de Jo
o Batista. Paulo confirmar
estes crist
os de
feso, impondo-lhes as m
os, a fim de que recebessem o Esp
rito Santo (At 19,1-7).
O ap
stolo das na
passar
por
feso, e seus colaboradores Priscila e
quila completar
o a forma
o dos novos crist
os. Paulo logo voltar
cidade de
rtemis e a
se estabelecer
por diversos anos, dois ou tr
s, sem d
vida (53-56).
feso que enviar
sua primeira carta aos Cor
ntios e tamb
m, sem d
vida, a carta aos G
latas e, possivelmente, sua carta aos Filipenses.
Paulo a
desenvolve vigoroso minist
rio e abrem-se amplamente as portas para a sua atividade. Todo dia ele prega a Boa Nova aos pag
os que passam por
feso, numa sala que ele alugou. Sua prega
o conheceu certo sucesso, pois, segundo os Atos dos Ap
stolos 'todos os habitantes da
sia, judeus e gregos puderam ouvir a palavra do Senhor' (At 19,10).
rios epis
dios espetaculares colorem o minist
rio de Paulo em
feso, como o auto-de-f
dos livros de magia trazidos e queimados pelos convertidos, renunciando
s suas pr
ticas ocultas.
O mais pitoresco foi, sem d
vida, o motim provocado pelos ourives e comerciantes da cidade que viam o com
rcio de est
tuas entrar em perigo pela prega
o do ap
stolo. A manifesta
o percorreu toda a cidade e se encerrou com a gritaria no grande teatro, para onde dois companheiros de Paulo foram arrastados. A autoridade romana interveio e restabeleceu a calma, mas o alerta tinha sido forte. Pouco depois Paulo deixar
feso para uma nova navega
o atrav
s da Gr
Quando retorna, convoca os anci
os de
feso, em Mileto, para lhes dar algumas derradeiras recomenda
es, persuadido de que ele n
o os ver
mais (cf. At 20,25). Ele retornar
ainda um
ltima vez a
feso, em 65. Nessa ocasi
o colocar
frente da comunidade local. Distante de
feso, Paulo dar
uma aten
o e cuidado especiais a essa Igreja. Em 67, envia para a
um refor
o, na pessoa de T
quico.
Depois da morte de Paulo,
feso continuar
sendo uma das comunidades modelo para o mundo crist
o. Ela faz parte das sete Igrejas
s quais se dirige Jo
o em seu Apocalipse: 'conhe
o tuas obras, teus trabalhos, tua paci
ncia. N
o podes suportar os maus. Provaste os que se dizem ap
stolos, mas n
o e os achaste mentirosos. Tens perseveran
a, sofreste por meu nome, sem desfaleceres. Mas tenho contra ti que deixaste o primeiro amor' (Ap 2,2-4).
Conforme a tradi
o teria passado um longo tempo em
feso e a
teria redigido o quarto evangelho. Santo Irineu, primeiro bispo de Li
o, origin
rio da
sia menor e disc
pulo de Policarpo, amigo de s
o, atesta esta presen
a do ap
stolo em
feso: 'Jo
o, o disc
pulo do Senhor, publicou o evangelho em
feso, na
sia menor' (Contra as Heresias, III, 1, 1).
Jesus, na cruz, confia sua m
e a Jo
o: 'E desde aquela hora o disc
pulo a tomou sob seus cuidados' (Jo 19,27).
, pois, prov
vel que Maria tamb
m tenha estado em
feso.
o que parece confirmar a descoberta de uma bas
lica gigantesca, que data da metade do s
culo V, com o nome de 'Igreja da toda santa e gloriosa M
e de Deus e sempre Virgem Maria'.
Podemos, hoje, admirar seus vest
gios, assim como os do mart
rio de s
GEENA
A palavra portuguesa 'geena' n
o significa nada e seria tempo perdido procurar sua raiz etimol
gica. Trata-se simplesmente da transcri
o de uma express
o hebraica, Gu
Ben Hinnom, que se traduz por 'vale (ou encosta) dos filhos de Enom'. Este Gu
Ben Enom tornou-se, por contra
o, Gu
Enom, que em vez de ser traduzido por 'vale de Enom', deu origem a esta express
o Geena, que n
o significa nada.
Poder
amos perguntar por que os tradutores cometeram esse deslize, sabendo que a palavra geena, totalmente inventada, n
o queria dizer nada em nossas l
nguas europ
ias. At
parece que eles, ao criar esta palavra, tiveram o cuidado de caracterizar uma no
o particularmente dif
cil de compreender que
aquela de inferno. De fato, Jesus jamais fala do inferno no sentido em que entendemos, mas descreve uma realidade espiritual, que consiste na separa
o de Deus. Para isso ele utiliza uma imagem que
do contexto de seus ouvintes: o vale do Enom.
Que vale
este? Onde se situa? Com que fatos ele est
relacionado? No tempo de Jesus tinha ele uma utiliza
o especial?
O vale do Enom faz limite com a cidade de Jerusal
m em sua parte sul. Para sermos mais precisos, o rochedo da cidade santa est
encravado em dois vales em forma de 'V': o vale do Enom e o do Cedron. O primeiro est
voltado para o NO/SE e o segundo para o NE/SO. Seu nome prov
m simplesmente do nome de fam
lia de seu propriet
rio ou pelo menos de um de seus propriet
rios. Este vale
, na verdade, uma encosta, larga em seu come
o, tornando-se cada vez mais estreita antes de se juntar ao Cedron. Esta encosta, verdadeira fronteira natural, marcava os limites entre os territ
rios de Jud
e de Benjamim.
preciso ir at
os Livros dos Reis para poder compreender porque, na mentalidade judaica, este vale era de triste mem
ria. Numa
poca de grande decad
ncia religiosa, os reis de Israel tinham, com efeito, implantado neste vale numerosos lugares de cultos aos
dolos. Um deles, chamado Tofet, foi teatro da maior abomina
o depois que dois reis, Acaz e Manass
queimaram seus pr
prios filhos em sacrif
de se admirar ent
o que o profeta Jeremias deixa explodir sua c
lera contra este lugar e contra as pr
ticas que a
se desenrolavam.
'Constru
ram os lugares altos de Tofet no vale de Ben-Enom, para queimar seus filhos e suas filhas, o que jamais ordenei e nem sequer pensei. Por isso, eis que vir
o dias or
culo do Senhor em que n
o se dir
mais Tofet nem vale de Ben-Enom, mas vale da chacina. Eles enterrar
o em Tofet por falta de lugar. Os cad
veres desse povo servir
o de alimento aos p
ssaros do c
u e aos animais da terra, e ningu
m os enxotar
' (Jr 7,31-33).
O rei Josias, grande reformador da f
judaica, pusera em pr
tica a palavra de Jeremias, transformando o sinistro vale em lugar dos mortos e em dep
sito, para torn
-la inapta ao culto seja qual fosse.
Esta nova voca
o encontrou sua plena expans
o na tomada e destrui
o de Jerusal
m pelas tropas de Nabucodonosor, em 592 e principalmente em 587.
Quando o povo judeu reconstruir Jerusal
m, chamar
a porta que d
acesso ao vale de Enom de 'Porta do Lixo', ou ainda, 'Porta das Imund
cies', o que prova que a atribui
o dada outrora por Josias permanecia atual.
No tempo de Jesus acontecia o mesmo. O vale de Enom era o lugar do despejo municipal de Jerusal
m, onde um fogo cont
nuo consumia os detritos e outros cad
veres de animais.
Simbolicamente, esta imagem era muito expressiva: tudo o que n
o era digno de permanecer em Jerusal
m, isto
, no Reino dos c
us, era jogado para fora da cidade, para a
ser queimado. Esta incinera
o era mais uma medida de higiene do que uma puni
o. Ela permitia proteger o que estava s
o e salvaguardar a vida.
Com esta imagem Jesus afirmava que nem todos s
o dignos de participar do Reino e de entrar na Gl
ria de Deus, mas que
preciso uma purifica
o de nosso ser, por vezes radical:
'E se teu olho te escandaliza, arranca e joga longe de ti. Pois mais vale entrar com um s
olho na vida do que com ambos ser lan
ado no fogo do inferno' (Mt 18,9).
Portanto, a famosa geena
antes a imagem da transforma
o a se realizar em n
s para que sejamos capazes de entrar no Reino, transforma
o produzida pelo fogo do Esp
rito, do que a imagem de um supl
cio s
dico, infligido por um deus vingador que nos abandona ao fogo destruidor do diabo.
Percorrendo o vale de Enom, chega-se, como no tempo de Jesus,
piscina de Silo
, lugar do encontro com o cego de nascen
a; depois sobe-se o vale do Cedron, sobre cujas encostas se disp
em numerosas tumbas. Algumas do primeiro s
culo, como a famosa 'tumba de Absal
Assim, atravessando o vale da sombra e da morte, nosso caminho nos conduz ao encontro do Salvador, aquele que nos cura de toda nossa cegueira e nos permite depois percorrer o vale da espera serena da ressurrei
LGOTA
Os quatro Evangelhos s
nimes: 'Conduziram Jesus at
o lugar do Cr
nio (em latim, calvaria, donde o nome calv
rio) que se chama em hebraico G
lgota, onde ele foi crucificado'. Para determinar com mais precis
o a autenticidade desse fato,
preciso desde logo focalizar as imagens totalmente falsas que nos impregnam e que, se elas est
o de acordo com as numerosas representa
es pict
ricas da crucifix
o, nem por isso s
o totalmente menos erradas.
lgota n
uma montanha
ngreme nem mesmo uma colina que domina Jerusal
m. Nada mais
do que uma rocha com alguns metros e cuja superf
cie de base n
o representa sen
o algumas dezenas de metros.
Para ser mais preciso, essa rocha
um resto de pedreira. Segundo alguns, ela teria sua explica
o pela t
cnica de explora
o da
poca que deixava um promont
rio no centro, permitindo a extra
o em todo o arredor. Conforme outros, esta eleva
o teria sido deixada assim por ser uma rocha mais dura e portanto muito dif
cil de ser trabalhada.
poca de Jesus essa pedreira desativada encontrava-se justamente aos p
s das muralhas de Jerusal
m, a alguns metros de uma das portas da cidade, chamada Efraim, que abria a cidade para o lado Oeste.
Pouco a pouco a cidade ia ganhando terreno e este lugar, antes afastado das habita
es, encontrava-se agora bem pr
ximo, numa regi
o constitu
da por algumas habita
es espalhadas e por jardins.
Ela ser
englobada na cidade quando Herodes Agripa far
construir uma nova muralha de prote
o, em 42, cerca de uma dezena de anos ap
s a morte de Jesus.
No tempo de Jesus teve-se a id
ia de fazer desta eleva
o o lugar das execu
es capitais praticadas pela crucifix
o, quando se tratava de 'estrangeiros' que n
o tinham a cidadania romana. Os cidad
os romanos tinham direito a um tratamento de benevol
ncia e eram simplesmente decapitados, o que tinha a vantagem de ser mais r
pido e portanto menos doloroso.
lgota era para isso extremamente bem situado: fora das muralhas, o que era obrigat
rio, e, ao mesmo tempo, t
ximo, justamente
beira do caminho pelo qual numerosos viajantes chegavam a Jerusal
m, provenientes da costa mediterr
nea, de Jafa ou mesmo de Cesar
ia. A localiza
o dos supl
cios era importante porque a execu
o, se ela punia o suposto culpado, devia de modo especial dissuadir os outros de seguir seu exemplo.
Sobre o alto deste rochedo foram feitos buracos, permitindo assim plantar o montante vertical das cruzes. De fato, estes mastros verticais ficavam erguidos permanentemente e os condenados n
o carregavam sen
o uma trave sobre os ombros, que constitu
am o montante horizo
tal do instrumento de supl
cio. Quando os crucificados estavam mortos, a maioria por asfixia, eram despregados e as traves eram jogadas no fosso bem pr
ximo, que percorria as muralhas.
Por que este lugar levava o nome de 'G
lgota', isto
, 'do cr
nio'? V
rias respostas s
o poss
veis e cada qual com uma conota
o diferente. A primeira
uma resposta de geografia f
sica, ou se preferimos, de est
tica. A eleva
o de pedra, permanecida intacta, tinha simplesmente uma forma de cr
A segunda, liga o lugar com sua fun
o: 'lugar do cr
nio' porque lugar da morte. Lugar da morte porque lugar do supl
cio, mas tamb
m porque se cavavam nas paredes da rocha buracos que faziam as vezes de t
mulos. 'Tomando Jos
o corpo, envolveu-o num len
ol limpo e o sepultou em seu pr
prio sepulcro, todo novo, que tinha mandado cavar na rocha. Depois de rolar uma grande pedra
entrada do sepulcro, retirou-se' (Mt 27,59-60).
, pois, inteiramente prov
vel que ele tenha sido sepultado a uns quarenta metros do lugar onde fora crucificado.
Enfim, 'lugar do Cr
nio', porque uma tradi
o judaica, assumida mais tarde por Igrejas Orientais, indicava a
o lugar onde repousavam as cinzas do primeiro homem. Assim, por sua morte Jesus se encontraria com Ad
o, o pai de toda a humanidade, para faz
-la sair das trevas e atra
-la para sua luz admir
Este rochedo n
o seria tamb
m uma figura do Cristo, 'o rochedo que nos salva', segundo as palavras do salmo, o rochedo sobre o qual podemos construir nossa casa, sem medo do vento, da chuva e da tempestade, segundo a palavra de Jesus. E o Cristo n
o cr
nio, a cabe
a da Igreja?
De fato, este rochedo desafiou as tempestades: nem a eros
o, nem os tremores de terra, nem as invas
es, nem os trabalhos de destrui
o, embora gigantescos, fizeram-no desaparecer. Ficando oculto sob o F
rum constru
do a partir de 135 pelo imperador Adriano, o G
lgota reapareceu depois que santa Helena (m
e do imperador Constantino) e o bispo Mac
rio identificaram o lugar da crucifix
o de Cristo em 325.
Constantino erigiu uma rotunda de trinta e oito metros de di
metro cobrindo o t
mulo do Cristo e um
trio rodeando o rochedo do G
lgota. Depois de muitas vicissitudes, ser
o os cruzados, em 1149, que dar
constru
o sua configura
o atual. Hoje a igreja do Santo Sepulcro abriga ao mesmo tempo o G
lgota e o lugar da ressurrei
Nenhum outro lugar foi objeto de tantos sacrif
cios, de tanta venera
o, ora
es, mas, infelizmente, lugar de tantas disputas por partes dos crist
os, desde 325!
HEBRON
Situada na aresta central do territ
rio de Can
s portas do deserto de Negeb, Hebron era uma etapa obrigat
ria para as caravanas. Bem cedo Hebron tornou-se n
um lugar de passagem, mas tamb
m de resid
ncia muito apreciada gra
riqueza das terras circundantes, extremamente favor
veis
cultura.
Hebron aparece na hist
ria b
blica desde a
poca dos patriarcas sob o nome de Qiryat Arba, que significa 'cidade quatro', denomina
o que permanece um pouco obscura. A localidade teria sido o lugar de uma alian
a entre quatro cl
s e depois tomou o nome de Hebron, que significa precisamente 'alian
a'? Ou era dedicada a uma divindade que trazia o nome de 'quatro'?
Seja como for, a
se veneram ainda hoje quatro grandes personagens: Abra
o, Isaac, Jac
e Sara. A estes devemos acrescentar Rebeca e Lia. Com efeito, os patriarcas pararam muitas vezes nessa regi
o e deviam regressar freq
entemente a Hebron para o com
rcio ou abastecimento.
Foi em Hebron, ainda chamada nesta
poca de Qiyriat Arba, que morreu Sara, a mulher de Abra
o. O relato apresentado em Gn 23 nos ensina duas coisas sobre este fato: Abra
o gozava junto aos nativos de um respeito e mesmo de uma admira
o que lhes fez dizerem: 'Por favor, escuta-nos, Senhor! Tu que
s um pr
ncipe poderoso entre n
s: sepulta a morta no melhor de nossos sepulcros. Nenhum de n
s te negar
uma sepultura para tua falecida' (Gn 23,6).
Por outro lado, Abra
o aproveitou a ocasi
o para comprar e portanto tornar-se propriet
rio de uma gruta chamada Macpela. Isso faria surgir a hist
ria se esta gruta n
o seria a primeira parcela da Terra Prometida que pertenceu a Abra
o em pessoa e a seus descendentes. At
esse dia estava nessa terra como um estrangeiro, agora, por
m, possu
um ponto de apoio que ningu
m poderia mais contestar. Nesta mesma gruta foram enterrados Abra
o, seu filho Isaac e seu neto Jac
Durante a conquista da Terra Prometida, sob o comando de Jos
, a cidade de Hebron, situada no territ
rio da tribo de Jud
, foi doada a Caleb, o fiel servidor de Mois
Cerca de duzentos anos mais tarde, Davi, sabendo da morte de Saul, rei de Israel, sobe a Hebron e se faz aclamar rei pelos anci
os da tribo de Jud
Hebron ser
, portanto, a primeira capital de Davi e assim permanecer
durante sete anos, at
o dia quando todas as outras tribos vir
ele e escolh
o como rei. Desde ent
o, rei de todo Israel, Davi deveria ter uma capital geograficamente mais central e humanamente mais parcial: escolher
Jerusal
m. Apesar disso, Hebron permanecer
um importante lugar do reino e Absal
o, um dos filhos de Davi, servir-se-
dela para fins pouco louv
veis. Ele desencadear
uma revolta contra seu pai, para apossar-se de seu trono.
Mais tarde, depois do cisma que dividiu Israel em dois reinos, Hebron, inclu
da no reino do Sul, chamado Reino de Jud
, tornar-se-
uma pra
a forte, abrigando uma guarni
o importante. Recolonizada pelos israelitas no retorno do ex
lio da Babil
nia (Ne 11), Hebron tornar-se-
a capital da Idum
ia na
poca dos Macabeus, cerca de 160 antes de Cristo.
O Novo Testamento n
o nos traz vest
gio de Hebron. No entanto, admite-se correntemente que o batismo do et
ope eunuco por Filipe tenha tido lugar no caminho que levava de Jerusal
m a Hebron.
Hoje a cidade est
dividida em duas partes: uma
rabe que representa a parte mais antiga da cidade, chamada El Khalil, ou seja, 'o amigo', recordando Abra
o, 'o amigo de Deus'; outra, judaica, mais recente, situada nas alturas e chamada com seu antigo nome de Qyriat Arba.
lo de atra
o da cidade
o lugar onde se veneram o
despojos dos patriarcas, lugar presumido da gruta de Macpela. J
no tempo de Herodes o Grande, foi eguido a
um grande monumento funer
rio que mais tarde foi substitu
do por uma constru
o bizantina e depois, no s
culo VIII, por uma mesquita. No s
culo XII os cruzados edificaram a
uma igreja romana dedicada a santo Abra
o. No s
culo XIV, sob o per
odo dos mamelucos, ela voltou a ser uma mesquita.
Hoje a enorme constru
o abriga, al
m dos seis monumentos f
nebres, uma mesquita e uma sinagoga, lugar prof
tico de reconcilia
o, pelo menos de toler
ncia numa cidade t
o freq
entemente marcada pelo
dio e pela viol
ncia entre os filhos de Abra
JERIC
Quem n
o conhece o relato da tomada de Jeric
, cujas muralhas ca
ram ao som das trombetas? Este lugar n
, pois, um mito. Ele existiu de fato e existe hoje. At
mesmo se descobriram a
restos arqueol
gicos de uma das mais antigas cidades do mundo, remontando a mais de 7000 anos antes de Cristo.
Hoje ela parece mais um jardim do que uma cidade com suas laranjeiras, palmeiras e primaveras.
um o
sis de cinco quil
metros de di
metro aproximadamente e cuja caracter
stica
ser a cidade mais baixa do mundo: menos de 300 metros de altitude.
poca da reda
o do segundo relato da Cria
o, aquele que fala do famoso Jardim do
den, Jeric
era um centro de veraneio muito apreciado pela do
ura de seu clima no inverno e pela sua vegeta
o exuberante. O o
sis era, de alguma forma, o jardim de Jerusal
m e sua fama cresceu no reinado de Salom
o, um apaixonado pela agricultura. Cultivava-se a
de modo especial a rosa da qual Jeric
se orgulhava de ser a capital.
Ningu
m duvida que a imagem da felicidade original descrita no livro do G
nesis n
o tenha sido influenciado pela localidade de Jeric
e pela sua beleza natural. Os rabinos normalmente reconhecem o o
sis de Jeric
como a imagem do jardim do
den, do Para
so do G
nesis.
porque a tomada de Jeric
durante a volta do Egito resume toda a conquista da Terra Prometida e anuncia a reintegra
o do
den perdido. Assim se compreende a surpreendente estrat
gia empregada por Josu
para penetrar no o
sis fortificado.
Os hebreus n
o utilizaram a for
a, nem a ast
cia, mas a ora
o e mais especificamente o louvor e a repeti
o expressa pelas 'trombetas'. Elas n
o sen
o 'shofars', longas cornetas ocas que tradicionalmente serviam para convocar
Estas duas atitudes conjuntas, a
o de gra
as e repeti
o, vencem a resist
ncia das mais s
lidas muralhas. Elas caem e o homem pode ent
o entrar de novo neste jardim maravilhoso de onde tinha sido expulso.
o sentido da tomada de Jeric
que a tradi
o hebraica n
o considera como um fato de sua hist
ria guerreira, mas como um epis
dio da hist
ria da salva
O arrebatamento do profeta Elias, n
o distante de Jeric
, vem completar o ensinamento que o livro de Josu
nos traz: 'Elias e Eliseu foram a Jeric
... Elias tirou o manto, enrolou-o, bateu na
gua e ela se repartiu ao meio, de modo que os dois puderam passar a p
enxuto. Ora, enquanto seguiam pela estrada conversando, de repente apareceu um carro de fogo com cavalos tamb
m de fogo, separando-os um do outro, e Elias subiu para o c
u num turbilh
o' (2Rs 2,4-11).
Esta ascens
o do profeta Elias, sua entrada no reino dos c
us, adquire todo seu brilho bem perto de Jeric
. Ele entra no c
u como os hebreus entraram na Terra Prometida.
o Batista escolher
justamente este lugar para batizar aqueles que retornavam a Deus de todo seu cora
o num caminho de arrependimento. Ele indica, assim, que este batismo
o primeiro passo no caminho do retorno a Deus. Como conseq
ncia Jesus foi batizado por Jo
o na proximidade de Jeric
. Durante este batismo o c
u se abriu, como na ascens
o de Elias, anunciando que agora o Reino do c
us tornava-se de novo acess
vel. Os Evangelhos relatam que depois Jesus foi conduzido ao deserto onde foi tentado durante quarenta dias.
A tradi
o situou, pois, este epis
dio nas encostas de um declive rochoso na orla do deserto de Jud
, um lugar de onde se v
a mancha verde do o
sis. Assim, durante sua tenta
o, Jesus teria tido sob seus olhos o jardim de Jeric
, a imagem do Reino, o desafio do combate que ele travava contra as for
as do mal. Encontramos depois nos relatos evang
licos muito poucos epis
dios que se desenrolam em Jeric
. Lucas coloca a
dois encontros: o do cego Bartimeu e o de Zaqueu.
Bartimeu
um cego que, quando Jesus passa, grita: 'Filho de Davi, tem piedade de mim!' (Lc 18,38). Jesus vai ent
o ao seu encontro e lhe diz: 'Tua f
te salvou' (Lc 18,42). Bartimeu
, por sua vez, curado de
ua cegueira f
sica e liberto de suas trevas espirituais para a luz da verdade. Este encontro,
s portas de Jeric
na verdade um sinal anunciador da salva
o em Cristo. O homem curado e salvo encontra-se face a face com seu Deus.
Zaqueu tamb
m queria ver Jesus. Mas no que lhe concerne, s
o os outros que o impedem. Ent
o sobe uma
rvore, uma grande
rvore, um sic
moro. Jesus p
ra sob esta
rvore e dirige seu olhar a Zaqueu. Ele convida-o a descer, a n
o ser sen
o um pequeno no meio dos outros, a se rebaixar para encontrar Deus e ser salvo. Este encontro com Jesus produziu em Zaqueu uma convers
o profunda cujos frutos se v
em instantaneamente. Imediatamente ele repara os erros feitos aos outros no exerc
cio de sua fun
o de pubicano.
A palavra de Bartimeu e o movimento de descida de Zaqueu s
o os dois fundamentos da ora
o cara ao Oriente crist
o. Esta ora
o cont
nua tem como objetivo colocar aquele que a pratica na presen
a de Deus, para a
invocar sua miseric
rdia. Uma vez mais a ora
o parece ser o meio por excel
ncia de fazer ruir as muralhas e de entrar na superabund
ncia da gra
Imagem do Reino, escola de ora
o, lugar de encontro com Jesus, o Salvador, Jeric
no horizonte de todo itiner
rio espiritual e no come
o de toda trevessia de deserto.
JERUSAL
Segundo o livro do G
nesis, o lugar onde
Jerusal
m, quando Abra
o encontrou-se com Melquisedec, chamava-se simplesmente Shalem, que significa 'Paz' (cf. Gn 14,18). Depois do epis
dio do sacrif
cio de Isaac este nome mudar
. Com efeito, sabemos pelo Livro das Cr
nicas que o famoso Monte Mori
o era outro sen
o a rocha de Jerusal
m (cf. 2Cr 3,1).
Depois de ter feito a experi
ncia da Provid
ncia divina que acabava de 'providenciar' o cordeiro para o sacrif
cio em lugar de Isaac, Abra
o chamou este lugar de Deus-Yireh, isto
, 'Deus v
' ou ainda 'Deus providencia'. Este novo nome, unindo ao precedente, deu origem
palavra Yerou-Shalaom que podemos traduzir por 'Deus prover
a paz' ou ainda 'Provid
ncia do Deus de Paz'.
Na verdade, foi nesse mesmo lugar que o patriarca Jac
teve sua vis
o da escada, revelando-lhe que este rochedo, caro a seu pai Isaac e a seu av
Abra
o, tornar-se-ia mais tarde um lugar de encontro privilegiado entre Deus e os homens, o lugar escolhido por Deus para estabelecer sua morada em meio a seu povo, o lugar por excel
ncia da ora
o que sobe at
Deus e do atendimento que desce do c
u (cf. Gn 28,10-19).
preciso esperar o reino de Davi para que o rochedo do sacrif
cio caia nas m
os do povo de Israel. O ilustre soberano f
sua capital e logo far
vir para a
a Arca da Alian
a que estava desde longo tempo desterrada em Kyriat-Y
arim. Ela tomou lugar sob uma tenda, ap
s faustuosas cerim
nias. Mais tarde Davi levou a efeito a constru
o de uma casa para Deus, um pal
cio digno de Sua Realeza. Salom
o, seu filho, ter
a honra de ser o realizador desse projeto. Ele erigir
o Templo no mesmo lugar do sacrif
cio de Isaac. A cidade de Davi tornar-se-
, assim, a cidade de Deus. Capital pol
tica do Reino de Israel, ela ficou sendo, desde ent
o, a cidade santa do Juda
Desde ent
o as peregrina
es a Jerusal
m adquirir
o cada vez maior import
ncia na vida dos judeus que habitam a Terra Prometida ou a di
spora. A subida ao Templo para as tr
s grandes festas do ano (P
scoa, Pentecostes e a Festa das Tendas) tornam-se o s
mbolo da vida sobre esta terra, longa subida para a casa de Deus. Ir em peregrina
Jerusal
lembrar-se de sua pr
pria condi
o humana: um ser de passagem cuja voca
celeste.
Jerusal
m persegue seu destino com horas de gl
ria e de ang
stias. Dentre seus mais gloriosos per
odos assinalamos o reinado do rei Ezequias, um dos raros soberanos que escuta as palavras dos profetas, no caso, aquelas do profeta Isa
as. Sob seu brilhante governo Jerusal
m desenvolve-se, engrandece e de modo especial evita a cat
strofe da destrui
o em 701.
As tropas ass
rias est
o, de fato,
s portas e sitiam a cidade. Ezequias confia mais na profecia de Isa
as do que nos conselhos de seus colaboradores e, resistindo ao inimigo, tem a grande alegria de v
-lo retirar-se precipitadamente, como havia anunciado o profeta.
As horas de ang
stias ser
o em 587, sob o reinado de Sedecias. Desta vez o rei n
o escutar
o profeta de Deus - nessa
poca, Jeremias - e conduzir
a cidade santa
sua perdi
o. As tropas babil
nicas, apoderando-se de Jerusal
m, pilh
o e a queimar
o, arrasando suas muralhas e destruindo seu Templo.
Jerusal
m, por
m, permanece enraizada no cora
o de Israel. A cidade de Deus n
o pode desaparecer. Desde 538, gra
as ao persa Ciro, Jerusal
m ser
reconstru
da. Esta magn
fica demonstra
o da fidelidade de Deus far
de Jerusal
m o s
mbolo da cidade divina, do Reino dos c
Quando Jesus nasceu na gruta de Bel
m, reinava Herodes, j
a vinte e nove anos. Ele embelezou Jerusal
m que se tornou uma das mais belas cidades do Oriente M
dio, com seus pal
cios, seu hip
dromo, seu teatro, seu rico bairro situado sobre o Monte Si
o e sobretudo seu Templo, t
o esplendidamente restaurado e enobrecido. A cidade abrigava mais de cem mil habitantes, n
mero que se multiplicava por dez nas grandes peregrina
Jesus, como todo judeu praticante, vem a Jerusal
m para as festas. Desde o epis
dio do Templo, aos doze anos, ele afirma que esta habita
a sua, que ele est
nela e que Jerusal
m, portanto, cidade de Deus,
tamb
m sua cidade. De fato, ele a
pronunciar
numerosas palavras essenciais, a
curar
doentes, mas de modo especial a
viver
sua paix
o, crucifix
o e ressurrei
A efus
o do Esp
rito Santo no dia de Pentecostes far
de Jerusal
m o ber
o da Igreja. A primeira comunidade crist
fundada em Jerusal
m que logicamente se torna a Igreja-M
em Jerusal
m que o Cristo doou sua vida por amor aos homens,
em Jerusal
m que Est
o, o primeiro m
rtir da Igreja, deu de volta sua vida por amor do Cristo Jesus. Em Jerusal
m se selou a nova alian
Mais do que nunca este lugar tornou-se encruzilhada de toda hist
ria da salva
o e, como conseq
ncia, alvo de todos os conflitos.
Destru
da dezessete vezes, mas reconstru
da dezoito, n
Jerusal
m a figura do amor que permanece e que nada pode destruir?
Em hebraico Jord
o se diz yaden, que pode significar 'aquele que desce', 'aquele que cai em forma de cascata'. Uma r
pida vis
o sobre a geografia f
sica da Palestina confirma at
que ponto o rio, o mais importante dessa regi
o, merece este nome. Tendo sua fonte, na realidade suas fontes, porque elas s
o quatro, aos p
s do maci
o do Hermon, cujo cume chega a 2.814 metros, o Jord
o, pequena torrente da montanha, desce at
o Mar da Galil
ia, tamb
m chamado Lago de Tiber
ades, a 210 metros abaixo do n
vel do mar Mediterr
neo.
Mas sua impressionante descida n
: saindo do sul do lago, penetrando cada vez mais profundamente numa terra de in
cio f
rtil, tornando-se pouco a pouco
rida e deserta, ele prossegue seu curso por mais de cem quil
metros antes de alcan
ar o Mar Morto, seu ponto final a 398 metros abaixo do n
vel do mar. O lugar mais baixo do mundo!
Num pa
rido, com um clima extremamente seco, um rio
sempre venerado e por vezes at
mesmo divinizado. O Jord
o ocupa, pois, um lugar privilegiado nos textos b
blicos onde
citado cento e quarenta e sete vezes.
Mas esta import
ncia geogr
fica reveste-se de uma import
ncia espiritual. De fato, o Jord
o foi teatro de acontecimentos essenciais para a hist
ria do juda
smo, depois do cristianismo. Marcando a fronteira oriental da Terra Prometida, o Jord
o foi atravessado por numerosos personagens b
blicos c
lebres, tais como Jac
, depois de seu famoso combate, proveniente da casa de Lab
o com mulheres e filhos; Elias e seu disc
pulo, Eliseu, antes de seu mestre ser elevado ao c
u num carro de fogo; Davi, fugindo de seu filho Absal
o e de seu ex
rcito de revoltosos; ou ainda Judas Macabeus, conduzindo corajosamente sua guerra de liberta
Mas a mais c
lebre travessia foi a do povo hebreu, ao chegar do Egito sob a lideran
a de Josu
. No relato dessa travessia
evidente o paralelo com a passagem do Mar Vermelho, na sa
da do Egito.
A primeira passagem marcava o fim da escravid
o e o in
cio do longo
xodo no deserto; a segunda, a do Jord
e fim
longa viagem cheia de prova
es e inaugura a conquista da Terra Prometida. O Jord
o apresentado como uma verdadeira porta de entrada para a realiza
o da promessa, abrindo acesso ao 'pa
s onde correm leite e mel'.
O rio encontra a mesma fun
o na hist
ria de Elias. Ele se apresenta como a porta de entrada para a Gl
ria de Deus (cf. 2Rs 2,11-14). Desde ent
o o Jord
apresentado como um lugar de purifica
o e de santifica
o. Eis porque Eliseu recomenda ao general s
rio, Naam
, mergulhar nas
guas do Jord
o para se curar da lepra... e foi curado (cf. 2Rs 5,1-14).
o compreendemos facilmente porque Jo
o Batista escolheu as
guas do Jord
o para a
mergulhar os que desejavam ser purificados e entrar numa vida nova, em vez de batiz
-los num dos numerosos wadi que serpenteiam as colinas do deserto de Jud
Para os contempor
neos do Batista, ser mergulhado no Jord
o significava entrar na antec
mara do Reino seguindo Elias e ser purificado de seu mal como Naam
O batismo de Jesus nas
guas do Jord
o recapitula e aperfei
oa todos esses acontecimentos. Jo
o Batista o designa como aquele que tira o pecado do mundo e n
o mais somente como aquele que purifica os pecados.
E no batismo, o c
u se abre, atestando a imin
ncia da grande reconcilia
o de Deus e dos homens. Hoje, infelizmente, o lugar do batismo de Jesus
de dif
cil acesso por causa da seguran
a. O Jord
o marca a atual fronteira entre Israel e a Jord
Para permitir aos crist
os celebrar batizados nas
guas do Jord
o, segundo o rito de imers
o, providenciou-se um lugar mais calmo, ao sul do lago de Tiber
ades.
MAR MORTO
Deixando Jerusal
m pelo lado leste, as colinas do deserto de Jud
conduzem, atrav
s de uns trinta quil
metros, at
as margens do Mar Morto.
o poss
vel passar, em cerca de meia hora de carro, de 800 metros para menos 400 de altitude. O n
vel do Mar Morto se acha, com efeito, situado a 398 metros abaixo do n
vel de outros mares! Um recorde!
o longe de l
, podemos ir at
o fundo de uma caverna onde, sem o uso de escada ou elevador, estaremos a menos 364 metros de altitude, o ponto mais baixo da terra firme. Mas a altitude n
a caracter
stica mais espantosa deste lugar.
Com oitenta quil
metros de comprimento, dezesseis de largura e mais de 400 metros de profundidade na margem Norte, o 'Mar Salgado', como o chamam os hebreus, um nome que lhe vai bem, pois sua salinidade
de 25%, isto
, dez vezes mais que a do Oceano! Esta taxa explica-se pela natureza do solo ao redor e por uma evapora
o excepcional que varia de 11 a 25 mm por dia, conforme a esta
raro ver, no ver
o, pequenas ilhotas de sal flutuando na superf
cie desta
gua t
o densa que produz no corpo uma sensa
o oleosa. Aten
o! Mergulhar a cabe
a ou fazer entrar uma gota nos pulm
es seria extremamente perigoso e provocaria uma queimadura intensa.
Se o banho o tenta: assente-se simplesmente na superf
cie da
gua. Voc
a surpresa de flutuar, sem fazer nenhum movimento. Voc
poder
ler tranq
ilamente seu jornal, como numa poltrona ou admirar a paisagem ao redor. De um lado os des
rticos Montes de Moab que, ao p
r-do-sol, se tornam rosa-malva. Por estas montanhas os hebreus chegaram do Egito. Numa delas, o Monte Nebo, Mois
s se retirou para morrer. De outro lado, o relevo recortado e selvagem do deserto de Jud
, com lugares uns mais c
lebres do que outros: Qumr
n, povoa
o ess
nia; Eon Gu
di, ref
gio de Davi; Massada, pal
cio do rei Herodes.
Este sal
, na verdade, uma mistura extremamente rica de brometo e cloro de magn
sio, de s
dio, de c
lcio e de pot
ssio. Desde a
poca romana s
o afamad
ssimos os banhos de lama do Mar Morto. S
o aconselhados para os reumatismos, mas n
o para todas as doen
as! N
o se sabia disso nessa
poca. Eis porque se levou para l
o rei Herodes o Grande, acometido de grave doen
a intestinal, um c
ncer, sem d
vida. O infeliz gritava de dor ao contato com esta
gua t
o salgada e teve que ser levado imediatamente para a praia. Bem entendido, esta taxa elevada de sal torna imposs
vel qualquer forma de vida... donde o nome de 'Mar Morto', dado pelos romanos.
O profeta Ezequiel descreve, numa vis
o, uma torrente de
gua que sa
a do Templo de Jerusal
m e descia at
a depress
o do Mar Morto.
'Ele me disse: Estas
guas correm em dire
o do distrito oriental, descem para a Arab
e desembocam no mar, nas
guas salgadas e elas s
o saneadas. Aonde quer que o rio chegue, todos os animais que se movem poder
o viver e haver
peixe em quantidade, pois ali desembocam as
guas saneadoras. Haver
vida onde quer que chegue o rio. Haver
pescadores parados
beira do mar. Desde Engadi at
Eglaim haver
um secadouro de redes. Quanto
s esp
cies de peixe, haver
o grande variedade de peixes como no mar Mediterr
neo. Mas os seus alagados e lagunas n
o ser
o saneados; servir
o de salinas' (Ez 47,8-11).
Essa vis
o anuncia uma restaura
o do Templo de Jerusal
m que no momento em que fala o profeta est
em ru
na. Ela sigoifica que a gra
a que brota do lugar santo se espalhar
por todos os lugares, restituindo vida mesmo
quele que parecia fatalmente morto.
Mas n
proibido pensar que o profeta v
mais longe ainda, descrevendo uma verdadeira reden
o que far
jorrar a vida l
onde n
o havia sen
o morte e realizar
uma surpreendente ressurrei
Em suas margens queimadas pelo sal, onde reina um desagrad
vel odor de enxofre, compreendemos a formid
vel esperan
a clamada pelo profeta e confirmada quinhentos anos mais tarde por Jesus, quando grita no templo de Jerusal
m: 'Quem cr
em mim, como diz a Escritura: do seu interior correr
o rios de
gua viva. Referia-se ao Esp
rito que haviam de receber aqueles que cressem nele' (Jo 7,38-39).
Assim, o Mar Morto
a esperan
a de uma vida nova. Em conson
ncia com a vis
blica, dever
amos conceder-lhe um outro nome. Por que n
o 'Mar da Esperan
NAZAR
'De Nazar
pode surgir alguma coisa boa?' exclama Natanael quando seu amigo Filipe lhe declara ter encontrado o Messias anunciado pelos profetas na pessoa de Jesus, origin
rio de Nazar
. Aquele cuja f
judaica
sem defeito, segundo as palavras de Jesus, pronunciadas a seu respeito, tem bem raz
o de colocar tal quest
o. Para um contempor
neo de Jesus,
evidente que nada de bom possa sair de Nazar
, de tal modo que este pequeno povoado da Galil
ia faz parte daqueles povoados sem nenhuma import
ncia, sem hist
ria, sem futuro.
Nazar
o agrupava sen
o uma vintena de casas, com uma popula
o em volta de duzentas pessoas. Seus habitantes eram camponeses simples que cultivam a vinha e a oliveira, o trigo e as hortali
as. Toda semana eles iam at
o mercado de S
foris para a
vender seus produtos.
O povoado, encravada no flanco de uma colina, encontra-se isolado das grandes vias de caravanas. Ningu
m passa por a
. Ningu
m chega. Tudo parece indicar que Nazar
nunca teve e jamais ter
import
ncia alguma, nem na hist
ria dos homens, nem na hist
ria da Revela
o. De fato, por mais espantoso que possa parecer, Nazar
o aparece uma s
vez nos escritos de todo o Antigo Testamento. Nenhum fato hist
rico, nenhum relato, nenhuma profecia mencionam esta pequena localidade da Baixa Galil
Compreende-se, ent
o, a rea
o de Natanael, como a dos escribas, dos fariseus e do meio religioso de Jerusal
m diante de Jesus de Nazar
que pretende ser o Messias. No entanto, se tivessem estado atentos teriam podido descobrir aspectos ocultos, particularmente reveladores, concernentes tanto
pessoa de Jesus como
natureza de seu povoado.
Jesus, embora vivesse em Nazar
o era origin
rio da
. Seu povoado natal, de acordo com as profecias messi
nicas, era Bel
m, o ber
o do rei Davi.
Quanto a Nazar
, seu pr
prio nome nos d
a pista para compreender sua real miss
o no plano de salva
o. A raiz hebraica nazar significa, primeiramente, 'guardar', 'esconder'. O povoado tira seu nome de uma curiosidade especial: constru
do sobre uma colina de calc
rio, no ch
o extremamente fraco, cada uma de suas casas compreendia al
m de uma obra de constru
o ordin
ria, uma ou v
rias grutas subterr
neas ligadas diretamente a casa e serviam ao mesmo tempo de celeiro, de adega, de ref
gio ou de cofre forte.
se conservavam o
leo de oliva e o vinho, o trigo, as cebolas. Mas a
tamb
m se escondiam os objetos preciosos, as moedas ou as j
ias. Enfim, quando passava um bando de ladr
es, o que n
o era raro, todos os membros da fam
lia a
se escondiam, esperando a partida dos malfeitores. Em Nazar
, pois, tudo o que podia ter certo valor permanecia escondido. O essencial estava oculto, invis
queles que se ligam s
apar
ncia.
Mas esta mesma palavra nazar pode tamb
m assumir o sentido espiritual de 'consagra
o'. O que se compreende muito bem, pois consagrar-se a Deus equivale a 'guardar-se' para Deus e penetrar num caminho escondido. Esse tipo de consagra
o leva o nome de 'nazireado'. Ele pode ser tempor
rio, como
o caso de s
o Paulo no livro dos Atos, ou definitivo, como
o caso de Jo
o Batista. O nazireu manifesta exteriormente sua consagra
o cortando os cabelos, durante todo o tempo que dura seu voto. Quando termina, raspa, ent
o, a cabe
Toda a hist
ria de Sans
o deve ser lida sob esse prisma, pois o colosso hebreu era nazireu e tirava seu poder de sua consagra
o e n
o dos longos cabelos que n
o lhe eram sen
o sinal vis
Percebendo em Jesus um consagrado, seus contempor
neos falar
o dele como 'nazireu', nome atribu
do por extens
o aos primeiros crist
Nazar
estava, pois, totalmente indicada para que a
se desenrolasse a Anuncia
o, a Encarna
o e os trinta primeiros anos da vida de Jesus. Neste humilde povoado, Maria recebe a visita de Deus e repassa tudo no sil
ncio de seu cora
o; Jos
vela sobre o tesouro que lhe foi confiado e Jesus cresce
sombra da Tor
, vivendo no meio dos homens e participando em todos os aspectos de sua exist
ncia.
Hoje Nazar
transformou-se numa cidade importante, um centro comercial e um centro de peregrina
o. Do nascer ao p
r-do-sol reinam a
a agita
o e o barulho.
Mas, como muito bem perceber
o padre Charles de Foucauld, a verdadeira Nazar
o est
dentro de nosso cora
o, vaso de argila que cont
m o precioso tesouro da presen
a de Deus?
A palavra 'Roma' aparece na B
blia somente vinte vezes. Esta discre
o, por
enganadora em rela
o ao papel exercido pelo Imp
rio Romano no desenvolvimento da hist
ria de Israel e depois na hist
ria da Igreja.
A primeira men
o de Roma nos textos b
blicos se d
no Livro de Daniel, onde as for
as romanas s
o designadas com os termos 'navios de Cetim' (Dn 11,30). Essa passagem faz alus
apari
o de Roma na
sia menor, por volta de 190 antes de Jesus Cristo, que se liquidar
pela derrota de Ant
oco III, na batalha de Magn
sia. O mesmo cap
tulo de Daniel descreve a chegada dos romanos no Egito que defendem diante de Ep
fanes, em 168. Desde ent
o a influ
ncia romana nesta parte do mundo n
o se apagar
mais,
Os Macabeus, em sua revolta contra o invasor grego, pedir
o o apoio de Roma. Belo ganho para os romanos que encontraram neste povo vigoroso e resoluto um aliado de primeira linha. V
rios tratados que a B
blia nos lembra s
o conclu
dos: 1Mc 8,17-32; 12,1-4...
Esta alian
a realizada com Judas Macabeus ser
renovada por J
natas, depois por Sim
o. Eis o teor:
cio, c
nsul romano, ao rei Ptolomeu, sauda
es! Os embaixadores dos judeus vieram procurar-nos, como nossos amigos e aliados, para renovarem a antiga amizade e alian
a. Foram enviados pelo sumo sacerdote Sim
o e pelo povo judeu. Trouxeram um escudo de ouro de 600 quilos. Aprouve-nos, portanto, escrever aos reis e aos pa
ses, que n
o lhes causem nenhum mal; n
o movam guerra, nem contra eles, nem contra suas cidades, nem contra seu territ
rio; e n
o se aliem contra aqueles que os atacarem' (1Mc 15,16-19).
Meio s
culo depois a presen
a romana na S
total. Pompeu fez deste pa
s uma prov
ncia romana. Os romanos impuseram imediatamente aos judeus o governo de Antipater, um idumeu, o pai de Herodes o Grande. Antipater ser
muito h
bil na pol
tica e sua fidelidade a Roma ser
indefect
vel.
Herodes recolhe os frutos disto quando o Imperador Augusto lhe confere a realeza sobre toda a Palestina. Mas n
tudo. Os judeus gozam de prerrogativas especiais em todo o imp
rio: podem praticar livremente sua religi
o, viver segundo a Tor
, exercer sua pr
pria justi
a e levantar, eles mesmos, um imposto. Esta situa
o particular aparece com precis
o no processo de Jesus em Jerusal
m. Depende de um tribunal judaico ou da jurisdi
o de Herodes, o tetrarca da Galil
ia, ou da jurisdi
o romana?
70 depois de Cristo, a situa
o entre Roma e Jerusal
m foi relativamente boa, exceto um decreto de expuls
o dos judeus da capital romana, editado pelo imperador Cl
udio, em 49, mencionado no Livro dos Atos, mas que n
o teve conseq
ncias dram
ticas.
Nessa
poca os judeus eram cerca de dez mil em Roma, onde tinham umas doze sinagogas e cemit
rios particulares. Levado por comerciantes ou soldados, o cristianismo vai alcan
ar rapidamente a capital do Imp
rio. A Igreja de Roma desenvolver-se-
rapidamente, segundo a tradi
o, sob a influ
ncia de Pedro, que a
estaria presente desde 44.
certo que Paulo escreveu
comunidade romana no decorrer do inverno de 58 e que ele veio a Roma pela primeira vez em 61. As cartas de Paulo enviadas a Roma atestam a presen
a a seu lado dos evangelistas Marcos e Lucas. O fato de Marcos ter estado em Roma nessa
poca indica quase indubitavelmente tamb
m a presen
a de Pedro, de quem era secret
rio. Como conseq
ncia pode-se afirmar que Pedro esteve em Roma no ano 62. A
tima da persegui
o anticrist
, deslanchada por Nero, num acesso de paran
ia, em julho de 64. O ap
stolo dos pag
os, Paulo, deve
sua cidadania romana o fato de n
o ser crucificado mas decapitado.
A Igreja de Roma acabava de ser semeada pelo sangue dos dois maiores ap
stolos. Isto lhe valer
, junto de outras Igrejas, um lugar todo especial, que sua situa
o no cora
o do Imp
rio s
refor
. Esta preemin
ncia de Roma no seio da Igreja permanece hoje sob a forma de sede papal, mesmo se os crist
os nunca tivessem deixado de ter os olhos cravados em Jerusal
SAMARIA
Pouco tempo depois da morte de Salom
o as tribos de Israel se dividiram para formar dois Reinos independentes: o Reino de Jud
, ao sul, agrupando as tribos de Jud
e Benjamim, tendo como capital Jerusal
m; o Reino de Israel, ao norte, reunindo as dez outras tribos, tendo como capital a cidade de Tersa, cujas ru
nas s
o hoje conhecidas sob o nome de Tell el Farah.
Cidade soberba, cantada pelo C
ntico dos C
nticos: '
s formosa, minha amiga, como Tersa' (Ct 6,4); a capital do norte, encravada nos flancos de um vale amplamente aberto
depress
o do Jord
o, beneficiava-se com a presen
a de duas fontes abundantes. Sua situa
o geogr
fica favorecia os contatos com a Transjord
Em 885 antes de Cristo, certo Amri se apossa do poder. Ele se instala em Tersa e come
a a contruir a
um pal
cio n
o longe do bairro residencial. Alguns anos mais tarde, por volta de 880, ele deixa a cidade e edifica uma nova capital sobre outra encosta da montanha de Efraim.
'Reinou doze anos, dos quais seis em Tersa. Comprou de Somer o monte da Samaria por 60 quilos de prata. Neste monte ele construiu uma cidade, a que deu o nome de Samaria, de acordo com o nome do antigo propriet
rio, Somer' (1Rs 16,23-24).
A escolha de uma nova capital respondia, sem d
vida, a uma mudan
a de pol
tica estrangeira. De agora em diante o Reino do Norte, gra
as a situa
o da Samaria, podia se voltar para a costa mediterr
nea e mais especificamente para a Fen
A cidade dividia-se em duas partes: a cidade 'alta', onde se elevava o pal
cio real fortificado em meio a ricas moradias, e a cidade 'baixa', mais pobre e mais popular, que era, contudo, cingida de uma muralha. A riqueza da Samaria era a imagem da prosperidade do Reino do Norte, que conheceu um per
odo de abund
ncia de modo especial sob o reinado de Acab e de Jerobo
o II. Pode-se admirar hoje, no museu arqueol
gico de Jerusal
m, famosos marfins esculpidos, provenientes do pal
cio de Amri.
na Samaria que conv
m colocar os epis
dios conhecidos do reino de Acab e Jezabel (constru
o de um templo a Baal; a vinha de Nabot...) e v
rias interven
es do profeta Elias (cf. 1Rs 18...)
Mais tarde, os profetas Am
s e Os
ias se levantaram contra o luxo da capital e contra a injusti
a que a
reinava. Eles j
anunciavam sua ru
na pr
xima: 'Por isso assim diz o Senhor Deus: um inimigo cercar
o pa
s, arrancar
de ti o poder e os teus pal
cios ser
o saqueados' (Am 3,11). Por duas vezes a capital do Reino de Israel foi cercada, mas resistiu.
verdade que na segunda vez deveu sua salva
submiss
o de seu soberano Je
aos Ass
rios, de quem ele se tornou vassalo. Solu
o provis
ria, mas n
o salva
o definitiva. Os ass
rios retornam um s
culo mais tarde, tendo a sua frente Salmanasar V. O terr
vel cerco devia durar tr
s anos at
que a Samaria agonizou.
Em 721 a cidade cai nas m
os de Sarg
o II. Ela
saqueada e sua popula
o deportada. Colonos estrangeiros, vindos da Mesopot
mia, a
se instalaram. Da mistura com os habitantes que ficaram, nascer
o grupo dos Samaritanos. Desde ent
o a cidade ser
sacudida ao sabor dos invasores: babil
nios, persas, gregos. Ela tentar
levantar-se contra Alexandre o Grande, em 332, o que lhe valer
uma nova deporta
o e uma nova coloniza
o, desta vez maced
poca dos Macabeus, em 108, o soberano Jo
o Hircano sitia Samaria durante um ano, a toma e a saqueia. Sob a domina
o romana a cidade acabou por cair nas m
os de Herodes o Grande, que come
ou a reconstru
-la e lhe deu o nome de Sebaste, em honra do Imperador Augusto (em grego: Sebast
No tempo de Jesus, depois da fal
ncia de Arquelau, a prov
ncia da Jud
ia-Samaria foi confiada diretamente
autoridade romana. Sebaste apresenta-se, ent
o, como uma cidade tipicamente pag
romana, com seu teatro, seu hip
dromo, seus templos.
Seu nome jamais
citado nos escritos b
blicos. Quanto
Samaria, o nome aparece no Novo Testamento para designar a Prov
ncia, ou mais vagamente, a regi
o, mas n
o a antiga capital de Israel.
Em seguida, sob o imperador S
ptimo-Severo, ela atingir
uma extens
o consider
vel, antes de declinar pouco a pouco, em proveito de sua vizinha Nablus. Cristianizada sob Constantino, torna-se a sede de um bispado que durar
o per
odo das cruzadas.
Sua catedral, dedicada a s
o Batista, serve hoje de mesquita aos habitantes da cidade de Sebaste. As ru
nas d
o uma id
ia do esplendor da antiga cidade e as pedras amontoadas nos d
o o eco da voz dos profetas:
'Farei da Samaria um campo de ru
nas para a planta
o de vinhas. Farei rolar suas pedras para o vale e desnudarei seus fundamentos. Todos os seus
dolos ser
o destro
ados, todos os seus ganhos, queimados pelo fogo. Arruinarei todas as suas imagens; porque foram adquiridas com sal
rio de prostitui
o e em sal
rio de prostitui
o ser
o convertidas' (Mq 1,6-7).
Siqu
m, cujo nome significa 'ombro' ou 'colina', foi uma cidade situada a sessenta e cinco quil
metros ao norte de Jerusal
m, hoje desaparecida. Ele identifica-se com Tell Balata, ficando n
o longe do famoso po
o de Jac
, praticamente na entrada da atual Nablus.
Siqu
m ocupava uma posi
o extremamente interessante sob v
rios pontos de vista. Em primeiro lugar, estrat
gico, porque ele permitia controlar a passagem Norte-Sul, gra
sua situa
o, na entrada do desfiladeiro que separa o Monte Garizim do Monte Ebal. Depois, comercial: verdadeira encruzilhada, ligando Jerusal
cia atrav
s da plan
cie costeira,
ria, pelo vale de Beth-Sh
an e o vale do Jord
o; enfim, agr
cola: Siqu
m, provida de uma fonte abundante, podia tirar proveito da vasta plan
cie situada a Este, onde o solo era extremamente f
rtil.
O lugar mostrava tal interesse que foi ocupado desde o IV mil
nio antes de Cristo por semin
mades e devia servir de centro comercial, de ponto de encontro e de trocas. No s
culo XIX antes de nossa era, Siqu
era uma cidade feita de constru
lidas, obedecendo a uma arquitetura elaborada. Transformada pelos Hicsos, um s
culo mais tarde, a cidade encontra-se ent
o provida de uma muralha fortificada e de um vasto pal
talvez nesta situa
o que Abra
o a conheceu ao passar pela regi
o com seus rebanhos. N
o longe de Siqu
m, Deus lhe aparece para lhe fazer esta promessa: '
tua descend
ncia darei esta terra' (Gn 12,6-7). Abra
o construiu a
um altar.
A hist
ria dos patriarcas nos lembram ainda que Jac
comprou um campo perto de Siqu
m, que seus filhos fizeram a
um pacto com os habitantes da cidade e principalmente que o ilustre patriarca Jos
, tornado vice-rei do Egito, foi a
enterrado quando os hebreus chegaram
Terra Prometida.
Todos esses motivos levaram Jos
a convocar uma assembl
ia de todas as tribos de Israel em Siqu
m. Lugar da promessa feita a Abra
o, Siqu
m torna-se tamb
m lugar do pacto de fidelidade renovada entre Israel e seu Deus (cf. Js 8).
As doze tribos criaram a
uma federa
o cuja base era a alian
a com Deus. De fato, a cada ano uma cerim
nia religiosa em mem
ria do acontecimento devia reunir uma multid
o representando todas as tribos de Israel.
Siqu
m foi, pois, antes que existisse o templo de Jerusal
m, o lugar de peregrina
o por excel
ncia para os hebreus e exerceu a fun
o de centro religioso e pol
tico para o conjunto do povo de Israel. Infelizmente este lugar da fidelidade tornou-se capital da infidelidade por ocasi
o do cisma do reino israelita depois da morte de Salom
o. De fato foi em Siqu
m que Jerobo
o se fez coroar primeiro rei do Reino do Norte que acabava de se separar das tribos de Jud
e de Benjamim. De forma toda natural Siqu
m tornou-se a capital do Reino pelo menos por alguns anos, antes que a toda nova cidade de Samaria lhe roubasse este privil
Arruinada por um inc
ndio, no s
culo IX, Siqu
m ser
totalmente destru
da na conquista ass
ria, em 724, que p
s um ponto final no Reino do Norte. Em seguida, a cidade recobrou vida, tornando-se a pra
a forte dos Samaritanos, popula
o mesclada, constitu
da de descendentes dos hebreus e de tribos desalojadas pelos ass
rios.
No que se refere ao Novo Testamento,
poss
vel que Siqu
m seja esta cidade de que fala o Evangelho de Lucas:
'Estando para completarem-se os dias em que seria arrebatado deste mundo, dirigiu-se Jesus resolutamente para Jerusal
m. E enviou mensageiros na frente. A caminho entraram numa aldeia de samaritanos para lhe preparar pousada. Mas n
o o receberam porque era evidente que ia para Jerusal
m' (Lc 9,51-53).
mais que prov
vel que a antiga cidade foi o cen
rio, pelo menos a tela de fundo, do famoso encontro de Jesus com os Samaritanos. De fato, esse encontro se deu no 'po
o de Jac
', que se sabe perfeitamente situado n
o distante de Siqu
Assim, com este encontro em Siqu
m Jesus teria selado de novo a fidelidade da alian
a entre Deus e os homens, dando-lhe uma dimens
o universal: uma alian
a da qual ningu
m est
exclu
do nem mesmo os Samaritanos!
Desde o s
culo IV, erigiu-se um santu
rio crist
o sobre este po
o de trinta e dois metros de profundidade, situado n
o muito longe da localiza
o da antiga Siqu
m. Mais tarde os cruzados constru
ram a
uma igreja, cujo coro se achava acima do po
Pode-se hoje ainda visitar este po
o e se inclinar sobre o c
lebre po
o para tirar
gua. De Abra
s, jamais secou, imagem desta fidelidade de Deus a tanto tempo celebrada em Siqu
SINAI
A montanha onde Deus se revelou a seu povo
chamada indiferentemente de 'Monte Sinai' ou de 'Monte Horeb'. Nos escritos b
blicos fala-se geralmente de 'montanha de Deus'. A etimologia faz decorrer a palavra sinai de sen
h, que significa 'sar
Com efeito, antes de ser o lugar do encontro entre Deus e seu povo, o Sinai
primeiramente o lugar da revela
o feita a Mois
s na famosa sar
a ardente. Por causa de um gesto infeliz que causou a morte a um vigia eg
pcio nos canteiros de obra do Fara
, Mois
s se achou, em algumas horas, lan
ado dos pal
cios do rei para a aridez e a solid
o do deserto. Esta ruptura colocou o jovem Mois
s diante de quest
es essenciais: o que
o homem? Quem
Deus? Qual o sentido da exist
ncia humana?
Nos rec
nditos do maci
o do Sinai, o jovem pr
ncipe foi contrangido
priva
o. Aprendeu a sobreviver 'com o suor de seu rosto'. Mas no deserto do Sinai, aquele que mais tarde ser
o 'pastor' de Israel, recebeu outras li
es que iriam formar sua responsabilidade e alargar seu cora
Trabalhando para um homem chamado Jetro, Mois
s se casou com sua filha S
fora e com ela teve um filho de nome G
rson. O Sinai foi para Mois
s ao mesmo tempo a terra do ex
lio e o lugar da felicidade, a escola da aridez da vida e de uma feliz paternidade.
O Sinai ia ser agora, v
rios anos depois da fuga do Egito, o cen
rio grandioso do encontro com Deus.
freq
ente no deserto que uma sar
a pegue fogo espontaneamente, por causa dos raios ardentes do sol. Desta vez, por
m, Mois
s espanta-se: 'Vou achegar-me para ver este maravilhoso fen
meno: como
que a sar
ra de queimar' (
x 3,3).
De fato, o fogo parece n
o consumir a sar
a. Ent
o ele se aproxima e escuta uma mensagem de compaix
o e liberta
o: 'Eu vi a opress
o de meu povo no Egito, ouvi os gritos de afli
o diante dos opressores e tomei conhecimento de seus sofrimentos. Desci para libert
-los das m
os dos eg
pcios...' (
x 3,7-8).
Assim o Senhor revela-se como ser de fogo. Fogo de amor que queima em seu cora
o por seu povo Israel e atrav
s dele para todos os homens. Esta revela
admir
vel sob v
rios aspectos. Por que o Deus infinito e todo-poderoso desce sobre uma sar
a, criatura bem modesta e desprez
preciso lembrar-se que, conforme o texto do G
nesis, as sar
as e os espinheiros eram os
nicos vegetais produzidos pela terra depois da revolta do homem contra o Criador. Sar
as e espinhos s
o, assim, uma evoca
o do pecado da humanidade e da mis
ria da condi
o humana. Ao se revelar no cora
o de uma sar
a do deserto, Deus ensina a Mois
s que o pecado ser
iluminado pela sua presen
a, que a vida humana ser
transfigurada e n
o destru
da pela chegada de Deus.
E a miser
vel sar
a torna-se s
mbolo da mais alta revela
o que existe, a saber: que Deus
(Eu sou aquele que sou), que ele
luz, calor e vida, enfim, que ele nos revela seu ser por sua presen
a, mas sem nos destruir.
E a miser
vel sar
seu nome
montanha, a mais c
lebre da B
blia: o Sinai. O povo de Israel se acha nesse mesmo deserto do Sinai, depois da famosa sa
da do Egito dirigida por Mois
ele viver
a maior parte de suas experi
ncias e de suas revoltas. Mas a
viver
de modo especial a Alian
a com Deus.
s assistimos agora a uma amplid
o do fen
meno, do qual Mois
s fora testemunha. Desta vez a montanha est
em chamas, os rochedos tremem, trombetas ressoam. No fogo do Sinai a presen
a de Deus se faz vis
vel a todos e todos ouvem sua voz. O Senhor se aproxima de seu povo. Ele se comunica atrav
s do Dec
logo e as principais prescri
o dadas a Mois
s. Pois tal
o cora
o da Lei: permitir aos homens se aproximar de Deus, entrar em sua semelhan
a, seguindo os caminhos da justi
a e do amor. A Lei concretiza a irrup
o do sagrado no profano, da eternidade no tempo. No Sinai s
o proclamadas a universalidade do amor de Deus e sua profundeza. O Sinai ser
, a partir de agora, o lugar teof
nico por excel
ncia.
Quando o profeta Elias, perseguido pela pol
cia da rainha Jezabel, procurar
um ref
gio e consolo, ele dirigir-se-
ao Sinai, a montanha santa, voltando, assim,
s fontes da revela
um encontro pouco habitual com Deus:
'O Senhor respondeu: Sai e p
e-te de p
no monte, diante do Senhor! Eis que ele vai passar. Houve, ent
o, um grande furac
o violento que dilacerava os montes e despeda
ava os rochedos diante do Senhor, mas o Senhor n
o estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor n
o estava no terremoto. Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor tampouco estava no fogo. Finalmente, passado o fogo, percebeu-se uma brisa suave e amena. Quando Elias a percebeu, encobriu o rosto com o manto e saiu, colocando-se na entrada da caverna. Ent
o uma voz lhe falou: O que est
s fazendo aqui, Elias?' (1Rs 19,11-13).
Quando o povo hebreu se instalar em Cana
e fizer de Jerusal
m sua capital, o Monte Sinai assumir
o substitutivo de Monte Sinai como o proclama o salmo 68 (67): 'O Senhor veio do Sinai at
o Santu
rio (o templo de Jerusal
m)'.
E nesta continuidade, os ap
stolos reunidos na sala superior, sobre o Monte Si
o, em Jerusal
m, conhecer
o o derramamento do Esp
rito no dia de Pentecostes, festa que celebra o dom da Lei no alto do Sinai.
TEMPLO
Sobre a rocha de Jerusal
m e mais precisamente sobre a pedra do Mori
, lugar do sacrif
cio de Isaac,
que se ergue o Templo. A bem dizer, dever
amos falar dos templos e n
o do Templo, porque as vicissitudes da hist
ria com seu cortejo de destrui
o pouparam este lugar bendito.
Davi foi o primeiro a ter a id
ia de construir uma habita
o para Deus. At
esse momento o Deus de Israel partilhava da condi
o de seu povo: n
made entre os n
mades, Deus habitava sob uma tenda; presen
a do Alt
ssimo no cora
o da precariedade da exist
ncia humana. Nela estavam a arca da Alian
a, constru
da no deserto sob as ordens de Mois
s, e os diferentes utens
lios lit
rgicos. O povo n
o entrava a
, mas os sacerdotes levavam para a
, cada dia, o incenso e apresentavam a ora
o do povo aos p
s do Senhor. Assim, o Deus de Mois
s tinha peregrinado com seu povo no deserto.
Depois de muitas tribula
es, na
poca dos Ju
zes, a arca foi enfim deixada de lado em Kyriat-Y
arim e ningu
m vinha honr
-la. Quando Davi se apoderou de Jerusal
m e decidiu fazer dela sua capital, foi buscar a Arca e a fez subir at
Jerusal
m. Ela ficou sob uma tenda.
Depois o soberano instalou-se confortavelmente e fez construir para si um pal
cio real ornado de cedro esculpido. Foi ent
o que achou injusto, at
mesmo indecente, que Deus ficasse ainda miseravelmente instalado numa tenda: era preciso construir-lhe uma casa t
o bela e mesmo mais bela que o pal
cio real.
O profeta Nat
cortou o entusiasmo construtor do rei mostrando-lhe que seu filho, Salom
que teria a honra de construir essa casa. O livro das Cr
nicas mostra-nos Davi, pouco antes de morrer, dando a Salom
o suas instru
es em rela
o ao santo edif
cio. Ele era projetado em tr
s partes: um primeiro adro onde podia congregar o povo, um segundo, reservado aos sacerdotes, e, finalmente, uma constru
o abrigando a presen
a da arca e acess
vel aos sacerdotes e ao sumo sacerdote para as cerim
nias espec
ficas.
Salom
o obedeceu
s diretivas de seu pai e construiu um magn
fico santu
rio. Ele n
o foi mesquinho nos meios: mais de trinta mil homens foram enviados ao L
bano para cortar os cedros necess
rios para a constru
o. Em Jerusal
s mil mestres de obra coordenavam as diferentes equipes. Sete anos depois a obra-prima estava pronta. O Deus de Israel tinha uma casa.
Salom
o pensava ingenuamente em poder encerrar Deus numa pris
o de cedros, mas a partir de agora o povo hebreu tinha um lugar de adora
o, um lugar privilegiado, honrado por todos, um lugar onde se uniam as ora
es das doze tribos.
Deus a
estava de modo todo especial, como prometera a Jac
durante a vis
o da escada. Jerusal
m tornava-se o ponto de encontro entre Deus e os homens. O Senhor morava no meio de seus filhos.
Pouco depois da morte de Salom
o, o Reino dividiu-se em dois: reino do Norte, chamado Israel, reino do Sul, chamado Jud
. Este
ltimo compreendia os territ
rios de Jud
e de Benjamim. Possu
a, entre outras, a cidade de Jerusal
m e portanto o Templo. Eis porque o santo edif
cio permaneceu intato na queda de Israel sob os golpes dos ass
rios, em 721. Por outro lado, ele n
o resistiu
lera dos babil
nios que se abateu sobre Jud
e Jerusal
m, primeiro em 592 e depois em 587.
O Templo destru
do, o povo exilado na Babil
nia, come
ava uma nova era, a era da sinagoga e da di
spora. No entanto, os olhos dos exilados voltavam-se para Jerusal
m e os profetas - de modo especial Ezequiel - anunciavam uma volta
Terra Prometida e uma restaura
o do Templo. Logo Ciro, o persa, novo senhor do mundo, autorizou os judeus a regressar para suas casas e a reconstruir seu Santo Edif
cio. Era o ano 538.
No caminho da reconstru
o, in
meras foram as dificuldades. Encorajados, por
m, pelos profetas Ageu e Zacarias, o povo de Israel prosseguiu sua obra e acabou o novo Templo, depois de cinco anos de trabalhos. Constru
do no mesmo lugar do antigo, foi, no entanto, menos luxuoso que o de Salom
Ele subsistir
que Herodes, que por desejo arquitetural e tamb
m diplom
tico, tomou a iniciativa de restaurar, ampliar e embelezar a constru
o. Fez dele uma j
ia, cujo front
o era coberto de ouro. Os trabalhos foram grandiosos e intermin
veis: iniciaram-se no ano 20 antes de Cristo e encerraram-se em 64 depois de Cristo.
Jesus freq
entou muito o Templo. N
s encontramo-lo por ocasi
o das grandes festas de peregrina
o, tais como a P
scoa, Pentecostes e a Festa das Tendas. N
s encontramo-lo tamb
m na festa de Hanoukha ou festa da Dedica
o, que n
o comportava uma peregrina
o obrigat
ria (cf. Jo 10,22-39).
Jesus est
tamb
m muito presente no Templo na semana que precede sua paix
o. 'Ele estava cada dia no Templo a ensinar.' Contrariamente a certas id
ias recebidas, Jesus n
o se opunha em nada ao Templo, lugar da Presen
a de Deus. Pelo contr
rio, n
s o vemos, no epis
dio dos mercadores expulsos, afirmar com autoridade a santidade do lugar, incluindo a esplanada que o cerca.
Depois da Ascens
o, a comunidade primitiva de Jerusal
m est
toda centrada no Templo, participando diariamente das ora
es (cf. At 2,46). A destrui
o completa do Templo pelos Romanos originar
uma nova compreens
o. Desde ent
o o novo Templo onde residia o Esp
rito Santo n
o era mais um edif
cio de pedra mas a 'ecclesia', a assembl
ia dos crist
os, que tomou o nome de 'igreja'.
TABOR
O Monte Tabor est
situado na Baixa-Galil
ia, cerca de trinta quil
metros a leste de Nazar
. Com seus 588 metros de altitude, ele domina a plan
cie que o circunda de quase 400 metros. Em grande parte recoberto de
rvores que produzem resinas, ele se eleva como um enorme capacete verde, mergulhado no meio de uma plan
cie extremamente f
rtil.
Sua situa
o especial, n
o longe da grande e vasta plan
cie de Yizreel, do lago de Tiber
ades ou ainda do grande centro de Beth-Shean, fez do Tabor um lugar estrat
gico importante. Gra
as a sua fun
o estrat
gica, o Tabor tornou-se c
lebre nos livros do Antigo Testamento, particularmente no livro dos Ju
zes.
Ele tem um lugar de relevo num dos fatos marcantes da vida de D
bora. Ju
za em Israel, tinha recebido de Deus a certeza que era preciso encetar o combate contra os filisteus e que o Senhor daria a vit
ria a seu povo. Isto n
o era nada claro numa
poca em que os filisteus eram mais poderosos do que nunca e estendiam seu dom
nio sobre uma vasto terr
rio indo at
a Galil
ia. Ela convocou certo Barac para comandar a ofensiva. Mas ele n
o aceitou muito a id
ia de se medir com um tal advers
rio. Ent
bora prometeu-lhe sua ajuda. A estrat
gia foi a seguinte: reunir o m
ximo poss
vel de homens sobre o alto do Monte Tabor, de noite. Em seguida, bem de manh
, cai sobre as tropas filist
ias acampadas ao p
da montanha.
O Tabor exerceu perfeitamente seu papel. Os homens de Barac desceram a encosta gritando, tomaram os filisteus de surpresa e semearam o p
nico em suas fileiras. A derrota dos filisteus foi total e seu chefe, S
sara, foi morto.
Desta forma o Tabor ficou na mem
ria de Israel como o s
mbolo da vit
ria, mas uma vit
ria conquistada por Deus e n
o devedora ao m
rito de um ex
rcito ou de seu chefe. No alto do Tabor revelara-se o poder de Deus que se efetuava na fraqueza humana de seus servidores.
Esta vit
ria do Tabor marcar
fortemente a consci
ncia de Israel de tal forma que ela ser
evocada por certos profetas, como Jeremias ou Os
ias, como sinal vis
vel da fidelidade de Deus. A montanha tornou-se como a pedra angular da f
de Israel, um pouco como o Mar Vermelho depois da sa
da do Egito.
Deus libertara seu povo dos eg
pcios fazendo-os passar o Mar Vermelho a p
enxuto e destruindo os filisteus pela vit
ria no Tabor.
Essas considera
es tiveram, sem d
vida, sua import
ncia de forma que no terceiro s
culo a tradi
o crist
situou no alto do Tabor o fato da Transfigura
o de Jesus. Na verdade, os evangelistas n
o oferecem nenhum detalhe que permitam localizar o epis
dio com precis
o. Mas na
poca os grandes especialistas da B
blia, tais como Eus
bio de Cesar
ia, Or
genes ou ainda S
o Jer
nimo, foram favor
veis a essa localiza
Compreende-se facilmente que, em fun
o de seu passado glorioso, o Tabor foi assim designado para ser o lugar da manifesta
o de Deus que se tornava vencedor dos inimigos, dos poderes das trevas e da destrui
o que dominavam a humanidade.
Na tradi
o crist
, a Transfigura
o no Tabor tornou-se um dos mais importantes momentos da revela
o, porque a
Cristo se mostra como verdadeiro filho de Deus, participante da gl
ria do Pai, uma gl
ria que se tornou acess
vel aos homens, pois Pedro, Tiago e Jo
o a contemplam.
O Tabor tornou-se, pois, bem cedo, um lugar de peregrina
o e de ora
o. Um peregrino descreve, em 570, as tr
s bas
licas erguidas em seu topo, em honra de Cristo, Mois
s e Elias.
Estes lugares de culto e os mosteiros constru
dos na
poca bizantina foram destru
das durante a invas
rabe. Mas os cruzados edificaram a
uma abadia-castelo-forte que resistiu at
1263. Nessa data foi invadida e destru
da pelo sult
o Baibars.
Em 1631, os franciscanos estabeleceram-se a
, retomaram o lugar... e o guardam ainda hoje. Uma bela bas
lica levanta-se hoje no alto da montanha, onde ainda hoje podemos admirar as ru
nas bizantinas e cruzadas.
Uma coisa
certa: nesse lugar a hist
ria de Deus e a dos homens encontram-se. O evangelho da Transfigura
o o proclamou.
Enfim, para a pequena hist
ria,
bom saber que Bonaparte e Kleber venderam os turcos na batalha do Tabor, utilizando estrat
gia semelhante a de D
bora. Teriam eles lido os livro dos Ju
TIBER
A cidade de Tiber
ades, fundada a partir do ano 18 d.C. por Herodes Antipas em honra do Imperador Tib
rio, deu por extens
o seu nome ao lago que se estende a seus p
s. At
o este lago, fabulosa reserva de
gua doce, alimentada pelo Jord
o e fontes locais, tinha na B
blia o nome de Lago da Galil
ia, ou ainda, Lago de Kinnereth, por causa de sua forma que faz pensar numa lira (harpa), que em hebraico se diz kinnor.
Herodes Antipas escolhera o lugar da cidade sobre as encostas das colinas que margeavam o lago, na margem Sudoeste. Mas os primeiros trabalhos puseram
vista tumbas antigas. Segundo a tradi
o judaica, seria preciso parar o trabalho e construir a cidade num outro lugar. Este era impuro por causa da presen
a dos mortos. Herodes Antipas, contudo, n
o se preocupou com isso e prosseguiu seu projeto. Assim, desde sua origem a cidade de Tiber
ades foi muito mal vista pelos judeus praticantes, que recusaram ir para l
fixar morada. Assim mesmo Herodes conseguiu povoar sua capital, seja com judeus poucos escrupulosos, seja com pessoas obrigadas pela for
a ou atra
das por promessas de recompensas, seja com estrangeiros. Com seus pal
cios, seu est
dio, seu teatro, suas termas, a cidade constru
da no estilo grego, manifestava muito o paganismo.
Tudo isso explica o pouco espa
o que Tiber
ades tem nos evangelhos. Provavelmente Jesus nunca esteve a
verdade que enquanto vivia a cidade estava em obras e jamais ele a viu acabada.
No ano 70, a cidade fortificada por Fl
vio Josefo participou da revolta contra Roma. Ela foi curiosamente poupada pelos romanos que se apoderam dela.
Depois da segunda revolta, em 135, ela acolheu em seus muros o prestigioso Sin
drio, exilado de Jerusal
m, ent
o destru
da. Isto foi para a cidade uma bela revanche: a proscrita ia tornar-se uma capital espiritual, abrigando numerosas escolas talm
dicas. Em Tiber
ades foi redigido, no s
culo IV, um dos monumentos da literatura religiosa judaica: o Talmud de Jerusal
Tiber
ades pode ainda se orgulhar de ter sido o ber
o da vocaliza
o de todos os textos hebraicos da B
blia no s
culo VI e VII. Antes os escritos sagrados n
o comportavam sen
o consoantes o que, perdendo-se o hebraico, tornava seu acesso muito dif
Mais tarde a cidade ser
vez por vez
rabe e cruzada e se tornar
enfim turca, em 1560. Desde 1948 Tiber
ades pertence ao Estado de Israel que n
o deixou de trabalhar em sua expans
o, fazendo-a hoje uma das mais importantes cidades da Galil
Se nos Evangelhos dela nada se diz, por outro lado ela
teatro e testemunha de uma multid
o de fatos. Situado a 200 metros abaixo do n
vel do mar, o que lhe garante uma temperatura agrad
vel, o lago estende-se por vinte e um quil
metros de cumprimento e doze em sua parte mais larga. Sua profundidade pode atingir cinq
enta metros. Suas
guas sempre abundantes s
o muito piscosas e a pesca a
praticada ainda hoje.
Sua costa norte foi o palco principal das cenas do Evangelho. Desde Betsaida, cidade de Filipe, Tiago e Jo
o, passando por Cafarnaum, povoado de Andr
, Pedro, Mateus, por Tabga (lugar da multiplica
o) e o Monte das Bem-Aventuran
as, at
gdala onde Jesus encontrou Maria, a prostituta.
impressionante a lista de passagens evang
licas a serem lembradas a respeito desta margem do lago, desde o chamamento dos primeiros disc
pulos at
a apari
o de Jesus ressuscitado (cf. Jo 21), s
o sempre ensinamentos (par
bolas, discursos sobre a montanha), curas (a hemorro
ssa, a filha de Jairo, o possesso da sinagoga...) e milagres (multiplica
o dos p
Dentre esses
ltimos, conservamos de modo especial os tr
s epis
dios que se desenrolaram sobre o lago, a saber: a tempestade acalmada, a caminhada sobre as
guas e a pesca milagrosa. Suas significa
o muito pr
ximas.
Lembramos que a ac
mulo das
guas
na B
blia um lugar temido, onde a luz se esvai muito rapidamente, um lugar de perigo inquietante onde moram as almas dos defuntos. Quando, no fim do dia, o vento se levantava sobre o lago e desencadeava as ondas, os contempor
neos de Jesus tremiam como se o inferno se abrisse, prestes a engolir os pobres infelizes que est
o na sua superf
Em tal contexto, quando Jesus caminha sobre as
guas, ele afirma seu poder sobre as for
as da morte que nada podem contra ele; quando ele convida Pedro a se unir a ele, ele manifesta que tamb
m o homem ser
, como ele, subtra
s for
as de destrui
o; quando acalma a tempestade, ele atesta seu poder sobre todas as for
as que podem amea
ar o homem. Quanto
pesca milagrosa, ela define o que ser
o minist
rio dos ap
stolos e portanto da Igreja: salvar os que estavam condenados a viver nas trevas e conduzi-los
luz.
Nas margens do lago de Tiber
ades,
imposs
vel permanecer insens
paz e
ura deste lugar t
o marcado pela passagem de Jesus. Um lugar onde, sem d
vida, c
u e terra uniram-se.
estudo
verbete
enterpage
narralb
narra
"verbete"
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significado
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(lnt-1)
Vcr1
O mundo grego est
muito presente no desenrolar da hist
ria b
blica que o Antigo Testamento nos traz. O per
odo das conquistas de Alexandre o Grande, sua presen
a na terra santa, depois a partilha de seu reino entre seus generais ap
s sua morte, a luta entre os L
gidas e os Sel
ucidas que freq
entes vezes fizeram da terra de Israel campo de batalha, todas estas perip
cias nos s
o contadas pelo Livro dos Macabeus.
A cidade de Atenas n
o aparece uma
nica vez em todo o Antigo Testamento. Ser
preciso esperar o Livro dos Atos dos Ap
stolos para v
-la figurar nas Sagradas Escrituras. Nessa
poca Atenas, n
o tendo mais papel pol
tico, e isso desde o s
culo IV, conservava contudo um papel cultural importante. Ela tinha sabido conservar ao longo do tempo seu impacto intelectual e art
stico. Os fil
sofos eram ainda numerosos a
e as duas escolas mais representativas eram as dos est
icos e dos epicureus.
Foi no decurso de sua segunda viagem mission
ria que Paulo descobriu a soberba cidade pag
: 'Os que acompanharam Paulo o conduziram at
Atenas'. (At 17,15).
prov
vel que Paulo a
chegou via mar e desembarcou, pois, no porto de Pireu. Depois de ter entrado provavelmente em Atenas pela porta de Dypilon, ele seguiu, segundo seu costume, para o bairro judaico da cidade.
Num primeiro momento, Paulo, sozinho em Atenas, viveu um per
odo dif
cil de isolamento, de solid
o, acompanhada de certa revolta interior. 'Enquanto Paulo os esperava (Tim
teo e Silas) em Atenas, seu esp
rito se inflamava nele ao contemplar aquela cidade cheia de
dolos' (At 17,16).
verdade que o Parten
o, na Acr
pole, dominava a cidade do alto de suas colunatas e que nas ruas e nas encruzilhadas erguiam-se altares de todos os tipos, dedicados
meras divindades. A educa
o judaica de Paulo, que plantara nele a repulsa de representa
es divinas e o santo horror ao culto idol
trico, n
o devia de forma alguma favorecer seu primeiro contato com este mundo pag
o voltado para o exterior, todo impregnado de bela apar
ncia.
s o encontramos na sinagoga, dialogando com os judeus e com os 'crentes em Deus', ou na
gora, a pra
blica, ouvindo as discuss
es dos fil
sofos e dirigindo-se aos passantes para lhes comunicar a Boa Not
cia da salva
o em Jesus Cristo.
Ele logo atraiu a aten
o dos fil
sofos, sempre
vidos de doutrinas novas, que o levaram at
o Are
pago. L
se mantinha um tribunal c
lebre que estava apto a julgar o valor das doutrinas. Quatro s
culos antes um certo S
crates se explicou perante esse tribunal e foi condenado
morte. Na
poca de Paulo, por
m, esse tribunal n
o era sen
o uma esp
cie de conselho encarregado de verificar e fazer conhecer as doutrinas que n
o deixavam de surgir quase a cada dia.
Paulo aproveitou a ocasi
o para evangelizar todos estes ouvidos atentos. O discurso que ele pronunciou foi muito interessante, partindo da realidade familiar de seu audit
rio para depois pregar a ressurrei
o de Cristo. O final do discurso causou alegria aos gregos: 'Percorrendo, com efeito, a cidade de voc
s e considerando seus monumentos sagrados, encontrei at
mesmo um altar com a inscri
o: A ALGUM DEUS DESCONHECIDO. Pois bem! O que voc
s adoraram sem conhecer, eu venho anunciar-lhes' (At 17,23).
Paulo falava-lhes, usando a linguagem filos
fica deles: 'Com efeito,
nele que temos a vida, o movimento e o ser. Assim, ali
s, disseram alguns dos seus poetas: pois tamb
m somos de sua ra
a' (At 17,28). Mas a ressurrei
o, anunciada pouco depois, provocou um grito de indigna
o geral e p
s fim ao discurso. No contexto do pensamento grego, era uma aberra
o imaginar que o corpo, verdadeira pris
o da alma, pudesse perdurar al
m da morte.
Esta prega
o de Paulo em Atenas
muitas vezes apresentada como um fracasso, mostrando que n
suficiente anunciar o Evangelho para que as convers
es aconte
am. De fato, neste dom
nio, nada
autom
tico e a liberdade das consci
ncias tem a
um papel essencial. O fracasso, contudo, deve ser relativizado. Com efeito, Dion
sio, um dos membros do conselho do Are
pago e tamb
m uma mulher chamada D
maris e v
rias outras pessoas voltaram a ter contato com Paulo e descobriram a f
crist
O ap
stolo deixou rapidamente Atenas, dirigindo-se a Corinto. De agora em diante a cidade grega n
o mais aparecer
nos relatos do cristianismo primitivo, mas
muito prov
vel que Paulo, antes de partir, tomou cuidado em edificar uma comunidade local, constru
da ao redor desses primeiros convertidos, comunidade que ficou no anonimato e na discri
lhe sobrevieram em Antioquia da Pis
dia. N
o mais se falar
desta Antioquia da Pis
dia, que permanece ignorada,
sombra de sua c
lebre hom
nima.
posto seguindo este fio lit
rgico condutor da refei
o pascal e talvez das primeiras Eucaristias da Igreja nascente.
, pois, mais que o encontro de dois peregrinos com Jesus Ressuscitado.
uma dos fundamentos da vida da Igreja, um tempo forte de revela
o, onde o Messias se deixa reconhecer n
o por seu rosto, pelas suas chagas ou voz, mas pelo sinal de seu amor pelos homens.