O software Mestre é indicado para professores e demais profissionais que atuam na área de educação de crianças da pré-escola e do primeiro grau, assim como para aqueles pais conscientes de seus papéis na educação dos filhos. O Mestre é derivado de pesquisas conduzidas ao longo dos últimos oito anos no exterior e no Brasil, e foi desenvolvido com o objetivo específico de servir como uma ferramenta de autoria a ser utilizada no ensino de habilidades acadêmicas básicas para crianças a partir da idade de três anos. Com esta ferramenta o educador pode criar o tipo de atividade que mais se adaptar às necessidades da criança. Para que possa fazê-lo de maneira competente, o educador deve utilizar suas habilidades de identificação das necessidades de aprendizagem de cada criança com quem irá trabalhar.
Para orientar o trabalho do educador o Mestre incorpora uma maneira sistemática de avaliar, analisar e corrigir a aprendizagem em situações confrontadas pelos professores tipicamente no início da alfabetização. A aprendizagem de habilidades de leitura, escrita e soletração, e de matemática, por exemplo, ilustra bem a sua utilização, sem no entanto esgotar as suas possibilidades de emprego. O Mestre trabalha com a idéia de rede de relações entre elementos que já são comumente utilizados pelos professores em ambiente de ensino. Esses elementos podem ser classificados em sons (palavras orais pronunciadas pelo professor ou pelo aluno), imagens daquilo que as palavras representam, palavras impressas ou manuscritas (maiúsculas ou minúsculas), e conjuntos de letras. As possíveis combinações desses elementos tecem toda a rede de relações que se observa no ensino de grande parte das habilidades acadêmicas básicas da população a que o Mestre se destina (clique na palavra diagrama para ter acesso a ele).
O potencial do Mestre pode ser melhor aproveitado quando os sons são utilizados nas primeiras relações ensinadas (ver relações 1 e 2 no diagrama). A própria cultura da criança tende a ensinar essas relações em primeiro lugar. Exemplo disso é que as crianças já vêm para a escola conhecendo as relações entre sons e imagens e de imagens e sons. Por exemplo, dizer gato na presença de uma figura do animal, e escolher a mesma figura, quando ouvir a palavra gato. Na escola, portanto, as relações entre sons e palavras escritas (impressas ou manuscritas - ver relações 3 e 4 no diagrama ) são ensinadas inicialmente. Por exemplo, escolher a palavra escrita gato quando ouvir o som gato, e falar gato quando for apresentada a palavra escrita gato. Essas relações correspondem, respectivamente, à leitura receptiva, quando os elementos da relação forem, pela ordem, a palavra ditada e a palavra escrita, e à leitura oral expressiva, quando os elementos forem a palavra escrita e a palavra falada pela criança.
Embora possam passar desapercebidas, as relações entre palavras escritas iguais são também importantes, pois indicam a medida pela qual as crianças são capazes de diferenciar as palavras umas das outras (no diagrama estão representadas pelas relação 5).
Após terem aprendido essas relações, é preciso saber se a criança aprendeu também a relacionar a palavra escrita gato com a figura do animal (ver no diagrama relações 6 e 7). Estas relações são fundamentais na medida que informam se a leitura da palavra escrita gato foi ou não feita com compreensão.
Uma das relações mais comuns envolvidas na escrita é aquela entre a palavra impressa e um conjunto de letras que formam essa palavra. Esta relação, também conhecida como cópia (no diagrama representada pela relação 8), é muito utilizada na pré-escola e na escola primária. Uma crítica comum à cópia é que ela constitui-se de um exercício mecânico. Pode-se verificar se as palavras escritas no exercício de cópia extrapolam o ato mecânico se a ela se acrescentar a relação entre a palavra oral e a escolha das letras para formar a palavra (relação 10 no diagrama ), e a criança apresentar bom desempenho. Esta relação, conhecida como ditado, é importante também por ser objeto constante de avaliações da habilidade de escrever da criança. Uma outra relação importante presente na escrita, é aquela entre a imagem e a escolha das letras para formar a palavra (ver relação 9 no diagrama ). Pode-se dizer que é através desta relação que percebe-se que a criança está ou não escrevendo com compreensão. Variações dessas relações podem fazer uso de letras impressas, maiúsculas ou minúsculas, assim como letras manuscritas maiúsculas ou minúsculas, tanto apresentadas pelo computador, assim como exigidas da própria criança separadamente com um lápis e caderno ou pedaço de papel (ver relações 11, 12, 13 e 14 no diagrama ).
Esses elementos constituem, portanto, uma rede de relações inter-relacionadas, mostradas no diagrama acima, sendo que cada relação é fundamental para a aprendizagem das habilidades de leitura e escrita. Olhar para a aprendizagem da criança através desta rede permite, portanto, analisar diferentes habilidades acadêmicas das crianças, não somente de leitura e escrita, e pode ser utilizada adicionalmente para avaliar o que a criança é capaz ou não de fazer no que diz respeito a essas habilidades.
Ser capaz de relacionar as relações desconhecidas pela criança, ou nas quais a criança apresenta dificuldades para aprendizagem, facilita a tarefa de ensino, e consequentemente a de aprendizagem. Pode-se fazer um inventário dessas relações utilizando-se para isto o caderno de classe da criança. Ou ainda pode-se criar uma lição onde cada tarefa seja composta de relações diferentes e que estejam sendo ensinadas pela professora. Esta lição teria a função de testar o desempenho da criança em cada uma das relações. O desempenho da criança poderia ser melhor observado através do relatório que o Mestre gera após a execução de cada lição. Um quadro objetivo das habilidades a serem ensinadas no início e no final do programa de ensino permite uma avaliação objetiva do mesmo.
Além de dar início ao ensino com as relações que envolvem sons (sons-figuras, figuras-sons, sons-palavras impressas, palavras impressas-sons, etc...), é possível facilitar a aprendizagem de várias outras formas. Uma delas diz respeito à própria estrutura das tarefas que as crianças resolvem. Esta estrutura está baseada na apresentação de modelo, seguida por escolhas. Isto equivale a dizer que quando tratamos da relação sons-imagens, por exemplo, os sons são apresentados como modelo, e as imagens como escolhas.
Quando o modelo é apresentado, convém solicitar da criança que atente para ele. O Mestre incorpora esta função e permite que a criança clique o mouse na posição da tela onde aparecer o modelo e novamente sobre a posição na tela onde se encontrar a escolha correta. Caso a criança estiver utilizando o teclado, a tecla de espaço realiza esta função para os modelos, e as teclas correspondentes aos números um, dois e três, e as teclas das letras também realizam esta função para as escolhas.
Importante: em se tratando da modalidade sons nos modelos, o Mestre pede o uso exclusivo do mouse.
As relações que envolvem palavras impressas ou imagens como escolhas, possibilitam o trabalho com até três escolhas. Esta característica significa também que a estrutura em que o Mestre se baseia pode ensinar até três relações ao mesmo tempo. Não se aconselha a usar somente uma escolha, por descaracterizar a estrutura de escolha da tarefa, ou seja, a criança não teria escolha. E, ao se trabalhar com três escolhas, é importante que o educador insira uma ou até duas escolhas já conhecidas pela criança. Aprender uma relação de cada vez é mais fácil do que aprender três, mas desde que uma ou duas outras já conhecidas estejam presentes nas tarefas.
A estrutura de apresentação de tarefas utilizada pelo Mestre permite que a aprendizagem de uma relação facilite a aprendizagem das seguintes. Por esta razão que as relações 1, 2, 3, e 4 estão representadas no diagrama por setas de cor forte, e as relações 6, 7, 9 e 10 estão representadas por setas de cor clara. Espera-se que, se o ensino das relações 1, 2, 3, e 4 tiver sido executado de maneira adequada, as relações 6, 7, 9 e 10, serão aprendidas de forma mais fácil.
Para se avaliar o ensino, é importante, portanto, que o educador utilize critérios explícitos de aprendizagem. A estrutura do Mestre permite que o educador encontre seus próprios critérios de aprendizagem, como ilustrado em seguida.
Ao criar tarefas e, consequentemente lições, para ensino de relações novas é importante que o educador não exceda três relações por lição. A introdução de um número maior de relações dificulta a localização das dificuldades da criança no caso de ocorrência de erros.
Ao criar as lições, independente do número delas que estiver sendo ensinado, é aconselhável que o educador esteja atento para não exceder a capacidade de atenção e concentração da criança. Para ilustrar esta questão é que os demonstrativos, em sua maioria, contém um mínimo de 12 tarefas cada um. Este número é múltiplo de três, e significa quatro repetições de cada uma das três tarefas que estão sendo ensinadas na lição, e permite ao educador inferir com uma razoável chance de acerto que, somente se houver quatro acertos em uma dada relação ela foi aprendida. Se a lição fosse composta por 10 tarefas, uma relação estaria sendo mais representada que as outras. Se a lição fosse composta por 9 tarefas, a ocorrência de um erro em uma das relações iria significar um total de 66,66% de acertos naquela relação, nível este bastante próximo do acaso, não significando necessariamente aprendizagem da parte da criança.
O educador deve estar atento para o tempo que a criança fica normalmente engajada em uma atividade, e planejar para que a lição tenha duração de tempo aproximadamente igual. Caso a criança apresente uma capacidade de atenção abaixo do desejado, aconselha-se a aumentar a duração das lições de forma lenta e gradual. Use quantas tarefas forem necessárias para preencher este espaço de tempo, distribuindo igualmente as relações pelo número de tentativas.
A criança aprende mais rapidamente, principalmente nos primeiros momentos da aprendizagem de uma tarefa, se o educador puder informá-la quando acertou ou errou. Por esta razão o Mestre oferece ao educador a opção de informar à criança, de forma lúdica, a respeito da correção de seu desempenho.
É fundamental que o educador acompanhe o desempenho da criança nas lições. O relatório que o Mestre gera para cada lição é um poderoso instrumento de auxílio à análise do desempenho da criança.
O Mestre deve ser visto como uma ferramenta de auxílio para o educador e não carrega a pretensão de substituí-lo. Ao contrário, usado corretamente, ele deverá constituir-se em importante aliado na sala de aula ou em casa.
A tela inicial consiste no menu principal com seis opções apresentadas em forma de desenhos. Os desenhos correspondem às seguintes opções, a partir do canto superior esquerdo no sentido horário: Resolvendo Tarefas, Criando Tarefas, Saída, Imagens, Sons, e Relatório no centro da tela. As áreas correspondentes aos desenhos são ativas. Para escolher uma opção, com o auxílio do mouse leve o cursor sobre qualquer um desses objetos e clique o botão do mouse . Uma nova tela correspondente à opção escolhida será apresentada. Nas demais telas a opção menu conduzirá o usuário para esta tela inicial.
Clique o botão do mouse sobre o sinal ? para maiores informações sobre a tela.