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Ouvindo o Universo
Fernanda Suhet
Existe uma m·sica no ar. Uma bela m·sica que toca sempre e que todos
podem escutar. ╔ a m·sica do Universo, o Som C≤smico e inteligente, sempre
α disposiτπo da humanidade. Um Som que fala todas as lφnguas e Θ entendido
por todos os idiomas; que conhece todas as respostas e responde a qualquer
pergunta. Um Som que jamais se cansa em tentar se fazer ouvido. Um Ruφdo
maravilhoso que n≤s, afogados na barulheira de nossas pr≤prias mentes,
teimamos em ignorar, esquecidos de que Ele Θ o ·nico que realmente merece
ser escutado.
Para escutar esse Som maravilhoso, precisamos apenas querer. Nπo precisa
de rßdio, walkman, ou CD Player. Basta apenas se acalmar e sintonizar com
o Universo. Mas, esse sintonizar, esse simples deixar que Suas Energias
fluam atravΘs de n≤s, Θ extremamente simples e complicado. Simples porque
o deixar fluir, o soltar os n≤s Θ muito mais fßcil do que mantΩ-los atados.
Relaxar nπo exige forτa, exige apenas que abramos as mπos, soltemos o queixo
e abaixemos os ombros erguidos.
Complicado porque somos treinados, desde pequeninos, a controlar o
que flui atravΘs de n≤s, nossa criatividade, nossa intuiτπo, nossos instintos,
tudo aquilo que foge do "normal" e que Θ considerado "fora
da educaτπo". Nossa cultura nos ensina que temos um padrπo de comportamento
social a ser seguido e obrigaτ⌡es determinadas a serem cumpridas que exigem
que deixemos de lado nossas necessidades mais simples, como dormir quando
se tem sono, chorar quando se sente dor, gargalhar quando se estß alegre.
Somos, literalmente, amestrados para sermos considerados "seres sociais".
╔ a busca da "estabilidade social", da aceitaτπo, da seguranτa
trazida pelo que jß conhecido.
Por extensπo, esta necessidade de controlar se alastra a tudo e a todos
que nos cercam, a fim de termos certeza de que o resultado final serß o
que esperamos que seja. Somos mßquinas programadas para dirigir nossas
vidas e rodamos em nossas mentes apenas os softwares onde a leva sempre
a b e jamais a z. Mesmo ap≤s Jung haver trazido α tona a veracidade da
sincronicidade, Einstein ter colocado por terra o conceito de absoluto
e Lorenz ter popularizado a teoria do Caos, ainda estamos presos a idΘias
arcaicas de que o s≤lido e o seguro Θ o que pode ser pego com as mπos,
observado com os olhos e explicado por simples relaτ⌡es de causa-e-efeito.
Nada que nπo possa ser comprovado pela l≤gica cartesiana Θ realmente considerado
como parte de nossa realidade rotineira. Quando muito, acreditamos que
essas "coisas" infinitamente inseguras, como relatividade, caos
e sincronicidade, s≤ acontecem no ambiente fechado de um laborat≤rio, de
um supercomputador ou no consult≤rio de um gΩnio. Perdemos, com essa limitaτπo,
a capacidade de perceber a verdadeira mßgica da vida, o mistΘrio mßximo,
em que toda l≤gica do viver ultrapassa a nossa l≤gica palpßvel.
Perdemos o senso da aventura, do novo, do desconhecido. Deixamos de
viver plenamente, pois o viver plenamente exige a aceitaτπo daquilo que
nπo podemos explicar, exige a pura e simples entrega da vida α pr≤pria
Vida, o fluir com a M·sica Universal e danτar com Shiva a danτa da Criaτπo.
Uma danτa que, como o pr≤prio nome diz, nos permite criar a nossa vida.
E nπo simplesmente a vida maravilhosa que imaginamos poder viver um dia,
mas tambΘm a nossa vida prßtica, dißria, rotineira. Nπo Θ somente o Universo
que estß sendo criado todos os dias na explosπo de milhares de s≤is, mas
tambΘm o nosso dia-a-dia, por maior que seja a ilusπo de suas repetiτπo,
tambΘm estß sendo criado a cada momento. Cada gesto, cada pensamento, cada
palavra cria uma realidade tπo maravilhosamente ·nica como uma nova estrela.
Uma vida que realmente engrandece Θ aquela em que o mistΘrio e o novo
estπo totalmente integrados. E essa integraτπo se dß atravΘs da sintonia
com o Som C≤smico. Vale a pena calar a mente para ouvi-Lo.
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